Resumo

As bactérias promotoras de crescimento vegetal (BPCV) são um grupo de diferentes espécies bacterianas que podem incrementar o crescimento de plantas. O uso de BPCV na agricultura é uma importante estratégia para a mitigação do uso de insumos de alto custo e que agridem o meio ambiente. O objetivo deste trabalho foi caracterizar in vitro bactérias diazotroficas com múltiplas potencialidades para promover o crescimento de plantas de arroz (Oryza sativa). As bactérias foram isoladas nos meios semi-sólidos JNFB, NFB e LGI a partir de diluição seriada de solo rizosférico, raízes e parte aérea das variedades de arroz (EPAGRI 109 e BRS TROPICAL) produzidas no Estado do Rio de Janeiro. Destes foram escolhidos seis (06) isolados para avaliação, com base na capacidade de fixação biológica de nitrogênio (atividade da nitrogenase), produção de compostos indólicos e solubilização de fosfato inorgânico. A atividade da enzima nitrogenase foi avaliada pelo método indireto de redução de acetileno em meio semi-sólidos sem a adição de indicador e a quantidade de proteínas foi avaliada pelo método de Bradford. A produção de compostos indólicos foi feita pelo método colorimétrico empregando o reagente de Salkowski, utilizando o meio DYG’S suplementado com 200μg/ml de L-triptofano. Onde também foi avaliada a quantidade de proteínas pelo método de Bradford. A solubilização de fosfato foi avaliada em meio Nbrip, e quantificada pelo tamanho do halo formado. As estirpes Azospirillum brasilense-Sp245 e Gluconacetobacter diazotrophicus-PAL-5, foram utilizadas como referência nos testes realizados. Todos os isolados testados obtidos das variedades de arroz BRS TROPICAL e EPAGRI 109 apresentaram atividade da nitrogenase, variando entre 3,6 a 713,5 nmol de etileno/h/mg de proteína. A produção de indóis totais nos isolados selecionados variou de 3,68 a 16,51 µg de AIA/mg de proteína e foi maior no isolado EP4-5J 16,51 µg de AIA/mg de proteína. A capacidade de solubilização de fosfato variou entre 0,84 a 2,45 mm e foi muito inferior a 10,96 mm apresentado pela estirpe G. diazotrophicus, usada como referência. A partir da caracterização in vitro foi possível obter BCPV mais eficientes nos parâmetros avaliados e que podem ser testadas para atuação como biofertilizante.