27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:765-1


Poster (Painel)
765-1CORRELAÇÃO DO NÍVEL DE INFESTAÇÃO DE Aedes spp. COM DADOS SOCIOECONÔMICOS E DO LIRAa EM DIVINÓPOLIS, MINAS GERAIS
Autores:CAMARGOS, V.N. (UFSJ-CCO - Universidade Federal de São João del-Rei) ; SOUZA, J. de P. (UFSJ-CCO - Universidade Federal de São João del-Rei) ; TARANTO, M.F.R. (UFSJ-CCO - Universidade Federal de São João del-Rei) ; SANTOS, M. dos (UFSJ-CCO - Universidade Federal de São João del-Rei) ; ANDRADE, A.C. dos S.P. (UFSJ-CCO - Universidade Federal de São João del-Rei) ; MIRANDA, V.C. (UFSJ-CCO - Universidade Federal de São João del-Rei) ; COSTA, G.V.R. (UFSJ-CCO - Universidade Federal de São João del-Rei) ; ASSIS, E.S.M. de (UFSJ-CCO - Universidade Federal de São João del-Rei) ; SANTOS, L.L. dos (UFSJ-CCO - Universidade Federal de São João del-Rei) ; ALVES, S.N. (UFSJ-CCO - Universidade Federal de São João del-Rei) ; FERREIRA, J.M.S. (UFSJ-CCO - Universidade Federal de São João del-Rei)

Resumo

A dengue é um grave problema de saúde pública e está presente em mais de 100 países localizados em regiões tropicais e subtropicais do mundo. Em Minas Gerais, até o final de junho/2013, foram notificados 376.824 casos notificados de dengue, sendo 181.125 confirmados, com 86 mortes. Além disso, em Divinópolis, Minas Gerais, foram notificados 6.015 casos de dengue até o período citado anteriormente, considerada a maior epidemia do município. Assim, torna-se necessário o aprimoramento dos atuais índices entomológicos para a prevenção do surgimento de novos casos de dengue. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi realizar um monitoramento trimestral do vetor da dengue em domicílios de Divinópolis, no período de julho/2012 a março/2013. Para isto, foram selecionados 26 domicílios, distribuídos em 19 setores censitários do município, agrupados de acordo com a distribuição de renda da população em Classe alta, média e baixa, para a realização de coletas de ovos de Aedes spp. Armadilhas do tipo ovitrampas contendo palhetas de madeira foram utilizadas para coleta de ovos e instaladas no peridomicílio das casas em altura máxima de 1,5 m. Os ovos coletados foram contados, colocados para eclosão em água contendo ração de peixe por sete dias, e as larvas foram identificadas em estádios L3 e L4, através de diferenças morfológicas em A. aegypti ou A. albopictus. Um total de 2.833 ovos foi coletado e destes, 1.195 larvas eclodiram, sendo identificadas como A. aegypti (97,2%) e A. albopictus (2,8%). O número de ovos obtidos nas coletas deste estudo foi comparado ao número de focos obtidos pelo Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa). Entretanto, não foi possível correlacionar os dados, pois em alguns meses o número de ovos coletados neste estudo foi baixo, enquanto o número de focos do LIRAa foi alto, e vice-versa em outros meses. Através da comparação do número de ovos com o perfil socioeconômico dos setores censitários onde foram realizadas as coletas, também não foi possível estabelecer correlação diretamente proporcional. Isso pode ser explicado pela desigualdade entre as rendas das diferentes famílias da classe média, onde uma parte delas possui uma renda mais baixa, enquanto outras possuem uma renda alta, elevando a média salarial por residência da região. Porém, este fato não indica a ausência de famílias de baixa renda. Por isso, as influências das questões socioeconômicas não devem ser desconsideradas. Independente dos valores obtidos, foram observados ovos de Aedes spp. nas regiões de classe baixa, média e alta, durante o período de coleta. Esse fato poderia estar relacionado à ocorrência de casos de dengue durante todo o ano, uma vez que os ovos são um indicativo da presença de fêmeas de Aedes spp. grávidas, ou seja, potenciais riscos de transmissão da dengue.