Resumo

A resistência microbiana faz parte da seleção natural do microrganismo e o uso inadequado dos antibióticos pode ser uma das principais causas deste processo. O antibiograma é uma ferramenta na descoberta de novos mecanismos de resistência. Neste estudo, um total de 11 cepas bacterianas (Gram positivas, cocos e bacilos) obtidas do mar morto foram avaliadas em seu perfil de resistência a diferentes tipos de antibióticos. As bactérias isoladas foram suspensas em água estéril a uma concentração de 10^-4 e inoculadas na placa em Meio Mueller Hinton. Discos de papel contendo os antibióticos amicacina, ácido nalidixico, penicilina g, ertapenem, kanamicina, cefpodoxime, estreptomicina, moxifloxacin, piperacilina + tazobactam, tigecyclina, clorafenicol, ampicilina, teicoplanin, pefloxacina, eritromicina, vancomicina, toburamicina, cefoxitina, cefepime, meropenem, oxacilina, ciprofloxacina, norfloxacina, gentamicina, clindamicina e nitrofuratoin foram testados. As culturas foram incubadas a 37 °C, durante 24 horas. Os padrões de crescimento ou inibição foram determinados medindo-se os halos de expansão formados, determinando-se a sensibilidade, resistência ou o crescimento intermediário. Os resultados revelaram que 100% mostrou-se sensível para os antibióticos amicacina, kanamicina, vancomicina e tigecyclina. Para o ácido nalidixico, 72,7% dos isolados apresentou resistência, enquanto que 81,81% foram resistentes para a oxaciclina. Um total de 27,27% dos isolados exibiram um comportamento determinado como intermediário para o teicoplanin. Aproximadamente 90% dos isolados exibiram sensibilidade para estreptomicina, toburomicina, ciprofloxacina, moxifloxacina, cloranfenicol e piperacilina + tazobactam. Para os antibióticos clindamicina, pefloxacina, estapenem, cefepime e eritromicina 54% dos isolados exibiram sensibilidade; 81% dos isolados apresentaram sensibilidade para gentamicina e cefoxitina; 72% exibiram sensibilidade para a penicilina. Estudos mostram que mais de 80% dos isolados bacterianos originados da água do mar são resistentes a pelo menos um antibiótico e 20% são resistentes a pelo menos cinco. Assim, a resistência a antibióticos tem sido observada em vários ambientes incluindo rios e áreas costeiras, sedimentos, águas superficiais, lagos, oceanos e água potável. Estudos demonstram que o meio ambiente funciona como um grande reservatório de genes associados à resistência e a sensibilidade a antimicrobianos.