27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:739-2


Poster (Painel)
739-2Avaliação da capacidade de aderência de Salmonella Enteritidis SE86 em folhas de alface (Lactuca sativa)
Autores:ROSSI, E. M (UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina-UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; KOCCHANN, M. (UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina-) ; BEILKE, L. (UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina-) ; TONDO, E. C. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

Salmonella sp. se adere facilmente a superfícies e essa capacidade depende de vários fatores, como a natureza e a energia livre, a aspereza, a composição química, a hidrofobicidade e a presença de proteínas na superfície. A capacidade aderência dos microrganismos em superfícies favorece a manutenção de sobrevivência desses, pois alguns estudos revelam que os microrganismos com capacidade de aderência em alface americana possuem potencial antagonista para outras bactérias, mantendo assim sua sobrevivência nesse vegetal. Salmonella Enteritidis SE86 foi isolada de um surto de DTA causado pelo consumo de repolho em 1999 e atualmente é estudada porque se sabe que todas as cepas de Salmonella Enteritidis envolvidas em surtos são geneticamente 90% idênticas. Assim, esse estudo teve como objetivo avaliar a capacidade de aderência por Salmonella Enteritidis SE 86 em alface em diferentes tempos e temperaturas. Inicialmente as folhas de alface (Lactuca sativa) foram cortadas nas dimensões de 10 cm X 10 cm. Posteriormente essas alfaces foram separadamente imersas em tampão fosfato salino (PBS) contendo S. Enteritidis SE86 na concentração de 8Log/mL por 15, 30 e 60 minutos a temperatura ambiente (25ºC) e a temperatura de refrigeração (7ºC). Em seguida, foram lavadas com tampão fosfato salino (PBS) e posteriormente imersas em PBS novamente e imediatamente sonicados no desruptor de células ultrassônico X e após semeados em Agar nutriente. Foram utilizados três pedaços de alface para cada condição testada (tempo e temperatura). Todos os experimentos foram realizados em triplicata em dias diferentes. Os resultados revelaram que S. Enteritidis SE86 é capaz de se aderir em alface nas duas temperaturas testadas. Os dados demonstraram que na temperatura ambiente as células apresentaram melhor aderência na alface com 6,6 LogUFC/cm2, 5,8 LogUFC/cm2 e 6,04 LogUFC/cm2 respectivamente após 15, 30 e 60 minutos de contato. Na temperatura de refrigeração ficaram aderidas 4,1 LogUFC/cm2 nos tempos 15 e 30 minutos e 3,6 LogUFC/cm2 após 60 minutos de contato. Assim, observa-se que S. Enteritidis SE86 possui a capacidade de aderência em alface em ambas as temperaturas testadas e que esse fato pode ser preocupante, uma vez que células microbianas aderidas normalmente resistem a métodos de lavagem e desinfecção.