27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:732-1


Poster (Painel)
732-1Potencial probiótico enriquecido com selênio em modelo experimental de doença inflamatória intestinal
Autores:Ribeiro, N. S. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Porto, A. A. B. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Costa-Moreira, L. M. (UFMG - Universidade Federal de Minas GeraisCDTN - Centro Nacional de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear) ; Tiago, F. C. P. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Braga, L. T. N. D. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Neves, M. J. (CDTN - Centro Nacional de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear) ; Martins, F. S. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

As Doenças Inflamatórias Intestinais (IBD) são um conjunto de doenças que afetam o trato gastrointestinal, representadas principalmente pela Doença de Crohn e colite ulterativa (UC). Um efeito importante durante o processo inflamatório é a geração de espécies reativas de oxigênio (ROS), que são reguladas por enzimas antioxidantes. O selênio (Se) é um elemento traço que possui ação antioxidante em baixas concentrações. Para os mamíferos é um componente de diversas selenoproteínas e enzimas antioxidantes. Algumas leveduras são capazes de incorporar o Se em uma forma não tóxica para os mamíferos e podem ser utilizadas como probióticos (micro-organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício ao hospedeiro). Foi observado que a levedura Saccharomyces cerevisiae UFMG A-905 é um probiótico em potencial, capaz de incorporar o Se. O objetivo deste estudo é observar se S. cerevisiae UFMG A-905 é capaz de incorporar concentrações de selênio apropriadas para o organismo animal e se essa associação pode atuar contra os efeitos danosos característicos da UC. Foram determinados neste trabalho a tolerância da levedura ao Se, o efeito desse elemento na peroxidação de lipídeos, nos resíduos sulfidrílicos totais nas células das leveduras e o efeito desse enriquecimento com Se em modelo experimental de UC. A colite foi induzida substituindo-se a água de animais Balb/c (6 semanas) por uma solução de DSS (sulfato sódico de dextrana) a 3,5% por 7 dias. Durante este período os animais foram avaliados quanto à variação de peso, consistência das fezes e presença de sangue nas mesmas. No sétimo dia os animais foram eutanasiados para coleta do colón, de onde se mensurou o comprimento e peso e a atividade das enzimas mieloperoxidase (MPO), peroxidase eosinofílica (EPO) e geração de ROS. Os resultados mostraram que 0,1mM de Se não interfere no crescimento da levedura e quando ela era administrada aos animais doentes foi percebido uma redução de MPO, ROS, perda de peso e melhora dos sinais clínicos. Acredita-se que esses resultados sejam devidos ao conjunto de efeitos da levedura e das propriedades antioxidantes do Se, que poderia evitar indiretamente a ativação de vias inflamatórias, como a do NF-κB. A partir desse trabalho foi possível concluir que S. cerevisiae UFMG A-905 é capaz de incorporar o Se em quantidades adequadas ao organismo animal e que essa associação é capaz de diminuir os efeitos da colite ulcerativa induzida por DSS.