Resumo

Introdução: A aflatoxina B1 (AFB1), é uma micotoxina produzida por fungos do gênero Aspergillus, encontrada especialmente no milho e amendoim. Esta toxina induz efeitos citotóxicos incluindo estresse oxidativo e dano hepático, causando uma descoloração deste órgão em animais. Neste sentido, sabe-se que as enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa-S-transferase (GST) e os grupos tióis não protéicos (NPSH) desempenham importante papel na defesa contra o estresse oxidativo, e, além disso, o conteúdo de hemoglobina (Hb) está relacionado à atividade enzimática. Por isso, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência do estresse oxidativo induzido por AFB1 em pintos, bem como verificar se a intoxicação altera o conteúdo de Hb. Materiais e métodos: 20 pintos de corte, da linhagem Cobb, machos, de 1 dia de idade, foram usados. Divididos aleatoriamente em duas dietas: controle ou AFB1 (2.8 ppm). Após 21 dias, os pintos foram eutanasiados (CO2), o fígado foi pesado, homogeneizado em Tris/HCl 50 mM (1:10, pH 7.4) e centrifugado (3000 rpm) para as análises das atividades da SOD, CAT, GST e NPSH, e conteúdo de Hb. A análise estatística utilizada foi o teste T de student. Resultados: O tratamento com AFB1 reduziu o conteúdo de Hb e NPSH no fígado. A atividade da SOD e da GST não foram alteradas significantemente. Entretanto, a AFB1 reduziu a atividade da CAT, quando esta foi corrigida pelo conteúdo de proteína, e aumentou a atividade quando esta foi corrigida pelo conteúdo de Hb. Conclusão: Os resultados evidenciam a participação do estresse oxidativo no modelo de toxicidade subcrônica induzida por AFB1 em fígado de pintos. A redução do conteúdo de Hb interfere diretamente na atividade da enzima catalase, devido à alta perfusão do fígado, a presença de eritrócitos e conseqüentemente, da catalase eritrocitária. Neste contexto, são necessários mais estudos com a exposição à AFB1 para minimizar os efeitos na saúde dos animais e seres humanos, evitando perdas na saúde e economia.