27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:727-1


Poster (Painel)
727-1FREQUÊNCIA DE ENTEROBACTÉRIAS PRODUTORAS DE CARBAPENEMASES(KPCs) EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO.
Autores:Pagnussatti, V.E. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRSF.FARMÁCIA PUCRS - Faculdade de Farmácia - PUCRS) ; Coser, T.B. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS) ; Soares, F.C. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS) ; Katzap, R.M. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS) ; Raro, O.H.F. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS)

Resumo

Enterobactérias produtoras de carbapenemases (KPC) vem sendo descritas desde 1996, quando foi identificada a primeira KPC na Carolina do Norte (EUA). Desde então há um número crescente de ocorrência de KPC em todo o mundo. Os objetivos desse trabalho são determinar a freqüência de KPC num Hospital Terciário, as espécies de enterobactérias envolvidas e os espécimes clínicos em que ocorreram com maior freqüência as KPCs e possíveis associações entre positividade para o gene blaKPC e os valores de MIC para Imipenem e Meropenem. Foram analisados, através de estudo retrospectivo, no período de março de 2011 a março de 2013, 65 isolados de bactérias possivelmente produtoras de carbapenemases,em uroculturas, hemoculturas e secreções. A identificação e o antibiograma (MIC) foram realizados por automação (Vitek 2 Compact - Biomérieux TM)com confirmação por disco difusão. A interpretação dos valores de halos de disco difusão e MICs seguiram as recomendações do CLSI 2011 e 2012. As culturas foram enviadas ao LACEN para identificar a presença do gene blaKPC, através de PCR. Das 65 suspeitas de KPC, 31 (50,8%) foram positivas para o gene blaKPC. Destas, 26 eram Klebsiella pneumoniae, 1 Citrobacter braakii, 1 Enterobacter aerogenes, 1 Enterobacter cloacae, 1 Serratia marcescens e 1 Kluivera cryocrescens. A K.pneumoniae foi a bactéria mais frequente com suspeita (52/65)(80,0%) e positividade (26/31)(83,9%) para KPC. As suspeitas de KPC ocorreram com maior frequência em Uroculturas (35/65)(53,8%) e Hemoculturas (14/65)(21,5%), seguidos de Aspirado traqueal (4/65)(6,2%), secreção de pé (2/65)(3,1%), líquido de ascite (2/65)(3,1%), 1 aspirado de nasofaringe, 1 ferida operatória e 1 biópsia de pé. Os resultados positivos para blaKPC ocorreram em 14(45,6%) uroculturas, 10(32,3%) hemoculturas, 3(9,7%) aspirados traqueais, e 4(12,9%) nas demais amostras. Foram analisadas 60 amostras quanto aos valores de MIC de Imipenem e Meropenem. Destas, 29 (48,3%) foram negativas para blaKPC e 31 (51,7%) tiveram resultados positivos. Das amostras positivas, 25(80,6%) apresentaram MIC igual ou superior a 3ug/mL (resistente) para Imipenem, 4(12,9%) tiveram MICs intermediários (2ug/mL) e apenas 2(6,4%) foram sensíveis (<=1ug/mL). Estes dados sugerem que o Imipenem é um bom indicador de positividade na suspeita de KPC, quando apresenta MICs acima de 3ug/mL. O Meropenem parece ser um pior indicador, quando comparado ao Imipenem, visto que, entre as amostras positivas para blaKPC 9(29,0%) eram sensíveis a Meropenem, 4(12,9%) intermediários e apenas 17(54,8%) com valores de MIC resistentes. O Ertapenem foi determinado em apenas 44 amostras sendo resistente em todas.