27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:712-2


Poster (Painel)
712-2Prevalência de Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina e perfil de resistência em isolados nasais e de feridas de pacientes internados em hospital do interior da região Nordeste do Brasil
Autores:Almeida, G.C.M. (UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do NorteUFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Santos, M.M. (UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) ; Cidral, T.A. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Melo, M.C.N. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Lima, K.C. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Resumo

Diante de sua capacidade de desenvolver resistência aos antibióticos, o Staphylococcus aureus é alvo constante de pesquisas em saúde. Nesse contexto, destacam-se os Staphylococcus aureus Resistentes à Meticilina(MRSA),comumente associados ao ambiente hospitalar. Entre os fatores que favorecem a aquisição de MRSA, tem-se o uso inadequado de antibióticos, internação prolongada, repetidos episódios de hospitalização e presença de feridas. Assim, objetivou-se investigar a prevalência de MRSA nasal e em feridas de pacientes internados e o seu perfil de resistência. Foram coletadas amostras nasais e de feridas de pacientes internados (n=81) em hospital no interior brasileiro(Caicó-RN). Utilizou-se swab estéril com solução salina 0,85% e posterior incubação em estufa bacteriológica a 37°C por 24 horas. Posteriormente foram semeadas em Ágar Manitol Salgado e as colônias sugestivas de estafilococos foram submetidas à coloração de Gram, testes da catalase e coagulase para identificação das cepas de S. aureus. A detecção dos MRSA e o perfil de resistência foram realizados através do método do disco-difusão, segundo CLSI, 2012. Os MRSA foram confirmados geneticamente pela a detecção da presença do gene mecA através da técnica da Reação da Polimerase em Cadeia (PCR). Oito (10%) dos pacientes tinham MRSA, sendo 2 com MRSA nasal e na ferida e 1 com 2 feridas infectadas por MRSA, totalizando 11 isolados. Destes, 8(72,7%) eram de feridas e 3 (27,3%) da narina. A média de idade dos pacientes com MRSA foi de 66 anos e de internação de 4,5 dias. Em 87,5% havia comprometimento sistêmico, 25% tinham diabetes,75% faziam uso de antibiótico previamente à coleta e 37,5% já se internaram antes. 62,5% dos pacientes receberam alta e 37,5% vieram a óbito. Das 8 amostras de MRSA de feridas, 2 (25%) eram de linhagens multirresistentes, com 1 apresentando resistência à linezolida pelo método de disco-difusão, mas sensível a esse antibiótico quando utilizado o E-test®. Assim, verificou-se que, apesar da baixa frequência de MRSA entre os pacientes internados, mais de um terço vieram a óbito. Houve cepas resistentes tanto na narina como em feridas, com a maioria dos pacientes submetidos à antibioticoterapia prévia. A frequência maior nas feridas ressalta o cuidado necessário com seu tratamento, principalmente por serem evidenciadas linhagens multirresistentes. Além disso, é essencial o uso prudente de antibióticos, baseado no perfil de resistência, para obter tratamentos mais eficazes.