27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:707-2


Poster (Painel)
707-2PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO Paracocidioides brasiliensis NO SUL DO ESTADO DE MINAS GERAIS. UM ESTUDO DE 38 CASOS ATENDIDOS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Autores:Almeida-Silva, Daniel (UNIVÁS - Universidade do Vale do Sapucaí) ; Sales, E.M.L (UNIVÁS - Universidade do Vale do Sapucaí) ; Pontes, B.C.D (UNIVÁS - Universidade do Vale do Sapucaí) ; Grande, R.M. (UNIVÁS - Universidade do Vale do Sapucaí) ; Damasceno, C.A.V. (UNIVÁS - Universidade do Vale do Sapucaí) ; Teixeira-Loyola, A.B.A. (UNIVÁS - Universidade do Vale do Sapucaí)

Resumo

Introdução: A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica causada pelo fungo Paracocidioides brasiliensis. A PCM tem distribuição geográfica restrita aos países latino-americanos. É prevalente em adultos do sexo masculino e tabagistas. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico de pacientes que apresentaram diagnóstico laboratorial de PCM, quanto à idade, gênero, local da lesão, local de moradia e trabalho (rural ou urbana), doenças de base, além de tabagismo e etilismo, registrados nos protocolos do Hospital das Clínicas Samuel Libânio e refletir as políticas de saúde em torno dessa doença. Metodologia: Através do Laboratório de Patologia do HCSL foram levantados os laudos e posteriormente avaliados os dados através do Serviço de Atendimento Médico e Estatística, referentes ao período de 15 anos. Resultados: Durante o estudos foram levantados 72 laudos positivos para PCM dos quais 38 pacientes foram acompanhados no HCSL. A incidência média foi de 1,07 novos casos, classificando a região de estudo como endêmica para a PCM. Em relação à idade dos pacientes observou-se que a PCM começou incidir na população durante a terceira década de vida com 11 (42,10%) casos entre 20 e 39 anos de idade e sua prevalência se deu entre os 40 e 69 anos de idade com 21 (55,26%) casos. Quanto ao gênero, observou-se a prevalência de pacientes do sexo masculino com 29 (76,3%) pacientes. Com relação a hábitos de vida, observou-se que 28 (73,68%) pacientes eram tabagistas e 21 (55,26%) pacientes eram etilistas. Considerando o pulmão como sítio do primo-infecção, houve a prevalência de lesões mucosas (lesões orais, orofaríngeas e laríngeas) com 31,58% dos casos. Observou-se que a PCM acomete com frequência os trabalhadores urbanos (76,5%) e que havia uma diferença significante entre a proporção de pacientes moradores e trabalhadores rurais, dos moradores e trabalhadores urbanos (p=0,0000273), tal fato indica a urbanização da PCM. Conclusão: Os dados epidemiológicos foram compatíveis a maior parte dos estudos sobre o tema, exceto em relação ao local de trabalho e moradia. Foi notória a necessidade de otimizar os serviços de saúde, principalmente no que diz respeito à atenção primária, e até mesmo ao enquadramento da PCM como doença de notificação compulsória. Outra barreira observada foi o fato de não ser disponibilizado o Itraconazol para tratamento ambulatorial em todas as unidades da federação, tal fato dificulta a adesão e o acompanhamento do paciente a longo termo.