Resumo

A hemodiálise é um processo extracorpóreo de depuração do sangue com o objetivo de eliminar líquidos e substâncias tóxicas. As indicações mais freqüentes para o início deste tratamento são: perda da função renal, pericardite, hiperpotassemia, acidose metabólica e intoxicação por medicamentos. A água utilizada durante a hemodiálise pode ser da rede pública, de poços artesanais ou de outros mananciais. Para assegurar o tratamento adequado dos pacientes submetidos a este processo é de extrema importância o controle da qualidade da água utilizada. Dessa forma, este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade físico-química e microbiológica da água utilizada em uma clínica de hemodiálise da cidade de Maceió, Alagoas. Foram avaliadas vinte amostras de água obtidas de diversos pontos de coleta: pré-osmose, pós-osmose, máquina de hemodiálise e reuso. Estas amostras foram avaliadas com relação às seguintes características físico-químicas: pH, condutividade, temperatura, níveis de cloro e nitrato. Para análise microbiológica, foram realizadas a pesquisa de coliformes totais e a quantificação de bactérias heterotróficas. Com relação à análise físico química, cinco amostras de água analisadas (25%) encontravam-se fora dos padrões para cloro e nitrato, sendo que duas amostras de água apresentaram teor de cloro acima do permitido e três amostras apresentaram concentrações de nitrato superior aos valores delimitados pela legislação. Para as outras características físico-químicas avaliadas não foram encontradas inadequações. Durante a análise microbiológica, foi verificado que todas as amostras coletadas apresentaram ausência de coliformes totais em 100 mL de água. Com relação à contaminação por bactérias heterotróficas, foi observado que em 35% das amostras havia contagens superiores ao permitido pela legislação vigente, sendo que 10% das amostras foram de água da pós-osmose, 5% das máquinas e 20% do reuso. Estas alterações podem causar prejuízos à saúde dos indivíduos que fazem hemodiálise, colocando em risco a vida destes pacientes. Com base nestes resultados, pode-se concluir que a manutenção do sistema de tratamento da água não foi eficiente. Algumas amostras coletadas estavam impróprias quanto às condições físico-químicas e microbiológicas para serem utilizadas no tratamento dos pacientes, sugerindo a necessidade de um controle mais rígido deste sistema, respeitando a legislação vigente.