Resumo

Introdução: A leptospirose é uma zoonose de distribuição mundial que acomete animais domésticos, silvestres e o homem. Nos cães, os sinais clínicos podem ser vagos ou inaparentes, não apresentando um quadro característico. Devido a variedade de sinais a doença é de difícil diagnóstico clínico necessitando de exames laboratoriais para sua confirmação, podendo ser realizado por diferentes técnicas baseadas na detecção direta ou indireta do agente ou do material genético. Material e Métodos: No Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina (HV - UEL), foi atendido um cão adulto, fêmea, SRD. No dia do atendimento o animal apresentava-se apático no exame clínico e cerca de 24h após perda de apetite e decúbito lateral, vindo a óbito seis dias após a internação. A amostra de soro coletada foi submetida à prova de soroaglutinação microscópica (SAM) e a de urina ao exame direto em microscopia de campo escuro (CE) no Laboratório de Leptospirose HV - UEL. Na necropsia fragmentos de fígado e rim foram coletados e macerados para a extração de DNA e realização da reação em cadeia pela polimerase (PCR) com os primers lipL32. Resultados: Na SAM foram detectados anticorpos contra os sorovares Australis, Pyrogenes e Canicola com títulos de 200, 100 e 100, respectivamente. A análise da urina em microscopia de CE foi considerada negativa e na PCR foi positiva, indicando a presença de leptospiras tanto nas amostras de rim como na de fígado. Discussão: Atualmente, estão disponíveis diferentes técnicas utilizadas no diagnóstico laboratorial da leptospirose canina, porém nenhuma associa as exigências de sensibilidade, especificidade e praticidade. A SAM ainda é o exame mais realizado sendo recomendado pela Organização Mundial de Saúde, porém não é prática, enquanto o exame direto da urina tem baixa sensibilidade, devendo ser realizada por observador experiente. A técnica da PCR identifica o DNA de maneira específica com elevada sensibilidade e em curto período de tempo a partir de qualquer material clínico. Conclusão: A PCR demonstrou ser um exame de boa especificidade, sensibilidade e rapidez podendo ser utilizada no diagnóstico da leptospirose canina.