27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:677-2


Poster (Painel)
677-2Classificação filogenética de cepas de Escherichia coli associadas à doença do edema em suínos.
Autores:GOMES, V.T.M (USP - Universidade de São Paulo) ; FELIZARDO, M.R (USP - Universidade de São Paulo) ; MORENO, M. (USP - Universidade de São Paulo) ; COSTA, B.L.P (USP - Universidade de São Paulo) ; SILVA, K.C. (USP - Universidade de São Paulo) ; SANCHES, A.A. (USP - Universidade de São Paulo) ; Moreno, A.M. (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Introdução Escherichia coli integra a microbiota de diversas espécies animais, podendo causar uma série de infecções intestinais e extra-intestinais. A doença do edema esta associada à presença de cepas patogênicas de Escherichia coli que se multiplicam no intestino delgado e produzem uma substância biologicamente ativa variante da toxina Shiga 2 denominada Stx2e. Geralmente acomete leitões duas semanas após o desmame, também podendo atingir suínos em fase de crescimento e terminação. A doença é caracterizada pela ocorrência de sinais de disfunção neurológica, mortes súbitas, com alta letalidade. O agente tem sido descrito em diferentes Estados do Brasil há muitos anos e vem causando grandes prejuízos a suinocultura nacional. O presente estudo teve por objetivo caracterizar as cepas de E. coli positivas para Stx2e quanto a classificação filogenética segundo Clermont et al. (2000). Materiais e métodos Foram avaliadas 158 cepas de E. coli positivas para a presença do gene stx2e, provenientes de 62 animais de 13 sistemas de produção, dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Paraná e Minas Gerais. O grupo filogenético dos isolados de E. coli produtores da toxina stx2e foi determinado baseando-se na amplificação dos genes ChuA, yjaA e TspE4.C2 segundo o esquema proposto por Clemont et al. (2000). Discussão Estudos realizados com a coleção internacional de cepas de E. coli ECOR mostrou que as cepas desta espécie se distribuem em quatro grupos filogenéticos principais denominados A, B1, B2 e D. Os grupos A e B1 são formados na maioria dos estudos por cepas pertencentes a microbiota intestinal ou causadoras de diarréia. As cepas com características extra-intestinais são pertencentes em maior frequência aos grupos B2 e em menor extensão ao grupo D. A caracterização das cepas stx2e + de origem suína resultou em sua distribuição nos quatro grupos com as seguintes frequências: grupo A 27,2% (43/158), grupo B1 3,8% (6/158), grupo B2 39,2% (62/158), grupo D 29,8% (47/158). Conclusão A caracterização das cepas através da determinação do grupo filogenético demonstrou que apesar da origem intestinal, 69% das cepas stx2e + poderiam ter capacidade de sobreviver em ambientes extra-intestinais, sendo reunidas nos grupos B2 e D, que são geralmente relacionados a este tipo de infecção em humanos. Financiamento FAPESP Projeto: 2010/14412-0 e CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.