27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:677-1


Poster (Painel)
677-1Perfil de resistência a antimicrobianos de cepas de Escherichia coli associadas à doença do edema em suínos comerciais brasileiros
Autores:Gomes, V.T.M.G (USP - Universidade de São Paulo) ; MORENO, M. (USP - Universidade de São Paulo) ; FELIZARDO, M.R (USP - Universidade de São Paulo) ; FILSNER, P.H.N.L (USP - Universidade de São Paulo) ; COSTA, B.L.P (USP - Universidade de São Paulo) ; SPINDOLA, M.G. (USP - Universidade de São Paulo) ; SANTOS, A.P.S. (USP - Universidade de São Paulo) ; Moreno, A.M. (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Introdução A presença de genes codificadores dos fatores de virulência está diretamente envolvida com os mecanismos de patogenicidade das cepas de E. coli. Alguns destes fatores de virulência como a toxina Stx2e estão relacionados a surtos com grande impacto nas taxas de mortalidade na fase de creche. Em alguns locais do país o uso constante de antimicrobianos tem feito com que os quadros de doença do edema geralmente restritos a animais de creche, ocorram mais tardiamente, nas fases de crescimento e terminação, levando a prejuízos ainda maiores devido à mortalidade. Nestes surtos, observa-se ainda a alta frequência de isolados multirresistentes. Diante disso, o objetivo desse estudo foi determinar o perfil de resistência das cepas de E. coli positivas para Stx2e aos antimicrobianos mais comumente utilizados na cadeia produtiva de suínos. Materiais e métodos Foram avaliadas 158 cepas de E. coli positivas para o gene stx2e através da PCR e positivas para produção da toxina células das linhagens Vero. O perfil de sensibilidade das cepas foi determinado através da técnica de disco-difusão frentes aos seguintes antimicrobianos: amoxacilina/ácido clavulânico, ampicilina, cefotaxina, cefoxitina, ceftiofur, sulfonamidas, cotrimoxazol, tetraciclina, ácido nalidíxico, norfloxacina, espectinomicina, florfenicol, estreptomicina e gentamicina. Discussão A avaliação do padrão de resistência indicou uma alta frequência de resistência à tetraciclina (87,3%), seguida pela resistência a sulfonamidas (86%), florfenicol (62,6%), cotrimoxazol (58,8%), ampicilina (55,7%) e estreptomicina (50,6%), sendo que 83,5% das cepas apresentaram multirresistencia, ou seja, apresentaram resistência a antibióticos de pelo menos 3 classes. Todas as cepas incluídas nesse estudo mostraram-se sensíveis ao ceftiofur. Conclusão Esse estudo reafirma a ampla disseminação de fenótipos multirresistentes na suinocultura brasileira dentre cepas produtoras da toxina VT2e, o que pode limitar as opções terapêuticas no tratamento da doença do edema em suínos. Além disso, confirma que o trato intestinal de animais de produção são um importante reservatório de enterobacteriaceas carreando genes de resistência a antimicrobianos de uso humano e veterinário. Financiamento FAPESP Projeto: 2010/14412-0 e CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.