27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:672-1


Poster (Painel)
672-1Efeito inibitório do etanol no perfil fermentetivo de Kluyveromyces marxianus em diferentes temperaturas
Autores:Ferreira, I. S. (USP-EEL - Universidade de São Paulo - Escola de Engenharia de Lorena) ; CASTRO, R. C. A. (USP-EEL - Universidade de São Paulo - Escola de Engenharia de Lorena) ; ROBERTO, I. C. (USP-EEL - Universidade de São Paulo - Escola de Engenharia de Lorena)

Resumo

Dentre as leveduras não convencionais com potencial para produção de etanol estão aquelas que pertencem ao gênero Kluyveromyces, em particular a espécie K. marxianus. Esta espécie apresenta um dos melhores desempenhos em relação ao crescimento e fermentação alcoólica quando cultivadaem altas temperaturas, o que a coloca como um micro-organismo com potencial para utilização em processos de sacarificação e fermentação simultânea (SSF) de materiais lignocelulósicos para produção de etanol. No entanto, dependendo da concentração do etanol acumulada durante o processo, esse metabólito pode promover estresse químico na levedura. Com base no exposto, o presente trabalho visou avaliar o desempenho fermentativo da cepa K. marxianus NRRL Y-6860 com adição de diferentes concentrações de etanol inicial (0, 15, 30, 45 e 60 g/L) nas temperaturas de 43 e 45 °C. As fermentações foram conduzidas em meio contendo glicose (120 g/L) como fonte de carbono e energia, suplementado com (g/L): (NH4)2SO4, (2,0), KH2PO4 (1,0), MgSO4.7H20 (0,3), extrato de levedura (5,0) e tampão citrato (50 mM, pH 4,8). Os ensaios foram realizados em triplicata e em frascos Erlenmeyer de 125 mL contendo 50 mL de meio e 1 g/L de inóculo, incubados em agitador rotatório a 100 rpm, por 12 horas, para o acompanhamento da cinética do processo fermentativo. Os resultados mostraram que, para ambas as temperaturas avaliadas, o aumento da concentração inicial de etanol inibiu o metabolismo da levedura, e que, nas concentrações acima de 30 g/L do álcool, a inibição do crescimento de K. marxianus foi completa. Na menor concentração de etanol avaliada (15 g/L), observou-se uma redução de 58 e 78% na produtividade volumétrica em etanol e de 30 e 48% na eficiência do processo a 43 e 45 °C, respectivamente em relação ao controle sem etanol, o que indica um maior efeito inibitório do álcool em temperaturas mais elevadas. Conclui-se, portanto, que o aumento da temperatura potencializou o efeito inibitório do etanol sobre os parâmetros fermentativos de K. marxianus, e que este efeito foi mais acentuado na produtividade do que na eficiência do processo. Agradecimentos a CAPES, CNPq, FAPESP.