27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:671-1


Poster (Painel)
671-1Tratamento biológico da água de produção de petróleo por bactérias halofílicas
Autores:Bonfá, M.R.L. (UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados) ; Piubeli, F.A. (US - Universidade de Sevilha) ; Grossman, M. J. (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Moreno, M. L (US - Universidade de Sevilha) ; Ventosa, A. (US - Universidade de Sevilha) ; mellado, E. (US - Universidade de Sevilha) ; Durrant, L.R. (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)

Resumo

Hidrocarbonetos de petróleo poluem a maioria dos ecossistemas, dentre eles estão os ambientes marinhos, que podem ser contaminados durante a extração, refino, transporte e uso do petróleo. Desta forma, existem muitos estudos a respeito da biodegradação de hidrocarbonetos por micro-organismos marinhos. Entretanto, informações sobre a degradação em ambientes hipersalinos são muito escassas, porém necessárias, já que salinas podem ser contaminadas por petróleo, efluentes industriais salinos podem conter hidrocarbonetos e além desses, a água de produção de petróleo é um efluente produzido em grande quantidade tanto em operações onshore quanto offshore e é considerado o rejeito de maior volume em todo o processo de exploração e produção do petróleo. Sua composição é variável, dependendo da origem, mas os componentes básicos são o óleo cru, metais pesados, salinidade elevada, produtos injetados e de corrosão e compostos radioativos. Estes conferem altas DQO, de DBO (demandas químicas e biológicas de oxigênio, respectivamente), sólidos suspensos, representando uma séria ameaça ao meio ambiente. Três linhagens de bactérias halofílicas - Halomonas organivorans, Arhodomonas aquaeolei e Modicisalibacter tunisiensis -, foram inoculadas em fase exponencial de crescimento em experimentos incubados em frascos Erlenmeyer por 168 h a 38,0ºC a 150 rmp, para a verificação da redução da DQO de amostras de água de produção de petróleo provenientes de extração offshore cedidas pela Petrobrás. Amostras tratadas termicamente em autoclave e amostras brutas (sem tratamento térmico) foram inoculadas com as linhagens, separadamente ou em consórcio. Após o período de incubação sob agitação foi realizada análise de DQO e os resultados foram comparados ao da amostra tratada cedida pela Petrobrás e o efluente sem tratamento (bruto). Todos os tratamentos reduziram a DQO em no mínimo 40,52%, quando o efluente não foi esterilizado. Neste caso o melhor resultado foi apresentado pela linhagem H. organivorans (89,51%), seguido pelas linhagens A. aquaeolei e M. tunisiensis (80,81% e 80,37%, respectivamente). Quando o efluente foi esterilizado o resultado menos relevante foi o alcançado através da agitação (10,78%), o que seria esperado já que, a partir do momento que este foi esterilizado não existem micro-organismos para degradar os compostos orgânicos. Esta pequena porcentagem de degradação pode ser devido à fotodegradação. O melhor resultado foi observado também pela linhagem H. organivorans (66,54%), seguido pela linhagem M. tunisiensis, e o consórcio (53,53% e 52,49%). Estes resultados foram comparados com a DQO do efluente bruto (1345 mg.L-1) e também ao efluente tratado, cedido pela Petrobrás, que neste caso foi de apenas 15,68%.