Resumo

A quitina é um polissacarídeo linear, formado por ligações glicosídicas β-1,4 entre N-acetilglicosaminas. As quitinases são enzimas hidrolíticas que promovem a degradação das ligações β - 1,4 da quitina. Estas enzimas desempenham um papel fundamental no controle biológico de pragas e fungos patogênicos. São inúmeros os organismos que produzem quitinases, como bactérias, vírus, leveduras, insetos e plantas. Entretanto os fungos se destacam como melhores produtores. O presente trabalho teve como objetivo produzir e caracterizar bioquimicamente quitinases produzidas por Trichoderma koningii e Penicillium funiculosum e avaliar a ação dessas enzimas no controle microbiano. Para estudo das condições ótimas, os fungos foram inoculados em 25ml de meio TLE com quitina 0,5% como fonte de carbono e crescidos em estufa a 30oC sob condição agitada (110 rpm). A atividade antifúngica foi observada em microscópio óptico após incubação das quitinases de T. koningii ou P. funiculosum com Fusarium sp. em tampão acetato de sódio 50mM durante 96 horas a 45°C. O fungo T. koningii apresentou sua melhor produção de quitinase em pH 7,0 (3.952,80 U/mg de proteína) com 192 horas de crescimento. Já o P. funiculosum teve sua melhor produção em pH 6,0 (424,72 U/mg de proteína) com 168 horas de crescimento. Um aumento da produção de quitinase foi observado em ambos os fungos quando o meio foi suplementado com sulfato de amônio 0,1%. As temperaturas ótimas de atividade para T. koningii e P. funiculosum foram 65 e 55ºC, respectivamente. As quitinases extracelulares de T. koningii e P. funiculosum mostraram atividade antifúngica contra Fusarium sp. Quitinases com propriedades antifúngicas tem uma grande importância, pois podem ser usadas como agentes no biocontrole de fungos patogênicos além de favorecer o meio ambiente, substituindo produtos químicos.