27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:643-1


Prêmio
643-1Produção de ramnolipídios em batelada utilizando óleo de soja e borra de óleo de milho como fonte de carbono.
Autores:Silva, V.L. (UNESP - Universidade estadual Paulista ''Julio de Mesquita Filho'') ; Lovaglio, R.B. (UNESP - Universidade estadual Paulista ''Julio de Mesquita Filho'') ; Contiero, J. (UNESP - Universidade estadual Paulista ''Julio de Mesquita Filho'')

Resumo

Surfactantes são moléculas anfipáticas, que devido à presença de regiões com polaridades distintas apresentam propriedades únicas como a capacidade de reduzir a tensão interfacial e superficial. Os biossurfactantes são moléculas biológicas que podem ser sintetizados por uma ampla gama de seres vivos, no entanto os produtores mais estudados são os micro-organismos. Apesar das inúmeras vantagens dos tensoativos biológicos, como baixa toxicidade, biodegradabilidade e alta estabilidade, estes compostos não são amplamente utilizados, devido ao custo de produção. Por isso o presente estudo visa à otimização da produção de ramnolipídios em biorreatores, utilizando óleo vegetal e borra de óleo de milho como fonte de carbono. Para tanto, realizou-se cultivos em biorreator com a bactéria Pseudomonas aeruginosa LBI 2A1. O volume de fase aquosa foi de 4,0 L à qual se adicionou 250g/L da fonte de carbono (óleo de soja ou borra de óleo de milho). Os parâmetros adotados foram: aeração – 2,0 L/min; temperatura – 37ºC; pH – 6,8  0,2; a velocidade de agitação foi controlada entre 300 e 900 rpm (sendo ajustada para manter a pO2 acima de 10%); o volume de espuma formada foi controlado através do antiespumante Contraspum A4050. O crescimento microbiano foi avaliado através da massa seca, o ramnolipídio foi quantificado em HPLC e a concentração da fonte de carbono por método gravimétrico. No cultivo utilizando como fonte de carbono o óleo de soja, a biomassa máxima foi de 12,4 g/L, nesse processo a produção de ramnolipídios atingiu 36,4g/L. A concentração máxima obtida foi ligeiramente maior que a citada na literatura onde a produção, utilizando a mesma linhagem, foi de 33,1g/L de ramnolipídios. Já na batelada utilizando borra de óleo de milho como fonte de carbono a biomassa atingiu 7,95 g/L e a produção foi de 8,45 g/L de ramnolipídios. Apesar da produção com borra ser inferior a observada com óleo de soja, vale ressaltar que além de ser um resíduo agroindustrial e apresentar baixo custo, com a borra de milho a máxima produção foi obtida em 84h de cultivo. Frente a isso conclui-se que as duas fontes de carbono avaliadas são propicias para a produção de ramnolipídios em biorreatores, principalmente o óleo de soja, com o qual a produção obtida foi comparável às melhores apresentadas na literatura.