27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:620-2


Poster (Painel)
620-2INTERAÇÃO ENTRE Bacillus thuringiensis sbsp. kurstaki PRODUTOR DE proteína cry 1Ab E FUNGO TOXIGÊNICO Fusarium verticillioides.
Autores:Rocha, L.O. (USP - Universidade de São Paulo) ; Reis, G.M. (USP - Universidade de São Paulo) ; Tralamazza, S.M. (USP - Universidade de São Paulo) ; Fontes, L.C. (USP - Universidade de São Paulo) ; Glatt, A. (USP - Universidade de São Paulo) ; Corrêa, B. (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Fusarium verticillioides é a principal espécie fúngica associada aos grãos de milho no Brasil, sendo potencialmente produtora de fumonisinas, grupo de micotoxinas possivelmente carcinogênicas para seres humanos. Diversos fatores bióticos e abióticos podem influenciar a produção de fumonisinas, sendo essencial o controle da contaminação por F. verticillioides. Estudos anteriores demonstraram a diminuição dos níveis de fumonisinas em milho transgênico Bt, porém, poucos relataram a interação entre B. thuringiensis e F. verticillioides. Este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito de B. thuringiensis sbsp. kurstaki produtor de toxina cry 1Ab no crescimento e desenvolvimento de F. verticillioides. A concentração de 10 μg/mL de esporos e cristais bacterianos (FIOCRUZ LFB 247) foram cultivados com 5 x 106 esporos/mL de F. verticillioides (ICB 13BA) em caldo e ágar Batata e submetidos aos testes de microscopia eletrônica de varredura, verificação da biomassa através do peso seco, imunofluorescência utilizando anticorpo primário anti cry1Ab e secundário marcado com Alexa flúor, além da avaliação da morte celular ou inibição do crescimento fúngico por citometria de fluxo utilizando os marcadores de necrose celular (7AAD) e quitina (calcoflúor). Todos os experimentos foram realizados em quintuplicata, contendo controles bacterianos, fúngicos e a interação das culturas durante o período de 3, 5 e 7 dias. Houve redução da biomassa fúngica em contato com os esporos e cristais bacterianos durante os períodos de 5 e 7 dias (p < 0,05). Através da técnica de citometria de fluxo, observou-se redução da porcentagem celular de 91,6% (controle) para 31,7% (tratado) a partir do terceiro dia, sem a ocorrência de morte celular. Através das imagens obtidas no microscópio de varredura, observou-se uma forte interação entre o fungo e a bactéria, principalmente nos períodos de 3, 5 e 7 dias, proporcionando inibição do crescimento e o entumescimento das hifas. A técnica de imunofluorescência permitiu visualizar a presença de cristais cry1Ab ao redor das hifas de F. verticillioides nos períodos de inibição do crescimento fúngico. Destacamos a importância de se utilizar B. thuringiensis sbsp. kurstaki para o controle deste importante fungo toxigênico, além de ressaltarmos a necessidade de estudos aprofundando a interação entre as toxinas cry e F. verticillioides. APOIO: FAPESP.