Resumo

Intodução: No Brasil, a poluição dos corpos d’água tem aumentado e resultado em poluição dos rios, lagos e represas em grandes proporções, e dentre os elementos mais poluentes temos os metais pesados, que são extremamente recalcitrantes no ambiente aquático. Assim, estudos que caracterizam fungos com capacidade de degradação destes poluentes, são necessários. O objetivo desse trabalho foi isolar e caracterizar espécies fúngicas em ambientes aquáticos contaminados por metais pesados avaliando sua Velocidade de Crescimento Radial frente aos íons de metais pesados (Chumbo, Cádmio, Cromo e Mercúrio). Materiais e Métodos A partir de amostras de água e sedimento coletadas de locais contaminados por metais pesados (rios Tietê, Pinheiros e Represa Billings), foram isoladas e selecionadas espécies fúngicas resistentes aos metais pesados Pb, Cd, Cr e Hg. A identificação dos isolados foi realizada através de metodologia clássica como exame direto e microcultivo, além de sequenciamento. Os fungos selecionados foram submetidos a testes para avaliar a velocidade de crescimento radial frente às seguintes concentrações de Pb (1g/L), Cd (0,25g/L), Cr (0,125g/L) e Hg (0,125g/L) a fim de obter as melhores cepas com possível aplicação em processos de biorremediação. Discussão de resultados: Um total de 340 isolados fúngicos resistentes a metais pesados (Pb, Cd, Cr e Hg) foram obtidos. Dentre os gêneros fúngicos mais predominantemente encontrados estão Penicillium, Aspergillus e Trichoderma. Os maiores valores de VCR encontrados foram de 0,329mm/h (Trichoderma) frente a todos os metais testados, 0,329mm/h em Chumbo (Aspergillus sp.), 0,220mm/h em Cádmio (Aspergillus sp.), 0,287mm/h em Cromo (Aspergillus sp.) e 0,162mm/h em Mercúrio (Penicillium sp.). O possível uso destas cepas em estudos de biorremediação pode abrir novas possibilidades de aplicação. Conclusão: Este estudo apresenta um grande potencial biotecnológico, uma vez que a remediação utilizando microrganismos apresenta menor agressão a todo ecossistema envolvido visando uma série de benefícios para o meio ambiente. APOIO: FAPESP