27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:618-1


Poster (Painel)
618-1DETECÇÃO DOS GENES icaA E icaD E FORMAÇÃO DE BIOFILME EM Staphylococcus aureus ISOLADOS DE CATETER VENOSO CENTRAL
Autores:Antunes, A. L. S. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Bonfanti, J.W. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Pinto, J.B. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Macedo, A.J. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Barth, A.L. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do SulHCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre)

Resumo

Staphylococcus aureus é o responsável por um grande número de infecções hospitalares e adquiridas na comunidade. Os genes do operon ica são responsáveis pela síntese da Adesina Intercelular Polissacarídica (PIA), que é um dos principais fatores envolvidos na formação de biofilme. Um importante fator de virulência de micro-organismos associados a infecções em cateter é o biofilme, que os torna mais resistentes aos tratamentos com antimicrobianos e às ações do sistema imune. O objetivo deste estudo foi avaliar a presença dos genes icaA e icaD e a formação de biofilme em 37 S. aureus isolados de cateter venoso central. A formação de biofilme foi avaliada em 37 S. aureus isolados de cateter venoso central, obtidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, através dos métodos fenotípicos de microplaca com cristal violeta e de Congo Red Agar (CRA), enquanto que a detecção dos genes icaA e icaD foi realizada pela técnica de PCR. A formação de biofilme ocorreu em 81,1% (30/37) dos isolados. Observou-se uma discrepância de 16,2% (6/37) quando comparados os métodos de microplaca com cristal violeta ou CRA com o método genotípico. No entanto, quando o método da microplaca foi comparado com o CRA, houve uma discrepância de 5,4% (2/3), indicando uma maior similaridade de resultados entre os métodos fenotípicos. Considerando o método da microplaca com cristal violeta como padrão-ouro para a formação de biofilme, os genes ica não se mostraram marcadores confiáveis de formação de biofilme em S. aureus, sugerindo que a expressão desses genes e a formação de biofilme são dependentes de mecanismos de sensibilidade e resposta a sinais ambientais. Além disso, três isolados formadores de biofilme apresentaram-se como ica independentes, sugerindo que a formação de biofilme não é exclusiva à expressão dos genes ica, dependendo também de outros fatores relacionados aos estágios de adesão e acumulação do biofilme. De acordo com os resultados obtidos neste estudo, pode-se concluir que a formação de biofilme é um processo multifatorial que depende tanto da presença de genes quanto da sua expressão.