27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:610-1


Poster (Painel)
610-1Diferenças na prescrição de antibióticos quanto às classes e utilizações profilática, terapêutica e empírica em dois hospitais universitários de Minas Gerais.
Autores:Pirett, CNS (HC-UFU - Hospital de Clínicas da Universidade Federal de UberlândiaUFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Braga, IA (HC-UFU - Hospital de Clínicas da Universidade Federal de UberlândiaUFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Ribas, RM (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Gontijo Filho, PP (UFU - Universidade Federal de UberlândiaHC-UFU - Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia) ; Oliveira, CCHB (UFTM - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mi)

Resumo

Introdução: Antibióticos são os medicamentos mais utilizados em hospitais e avaliar a prescrição é essencial no desenvolvimento de estratégias contra seu uso excessivo. Objetivos: Avaliar as frequências de uso profilático, terapêutico e empírico de antibióticos prescritos a pacientes críticos e não críticos, em dois hospitais universitários brasileiros: A (Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia) com 530 leitos e B (Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro) com 283 leitos. Materiais e métodos: Foi realizado inquérito de prevalência de infecções hospitalares e comunitárias (IC), com preenchimento de ficha individual dos pacientes. A prescrição de antibióticos correspondentes a 90% (UA90%) foram calculadas, assim como o uso de azóis. Resultados: As taxas de pacientes infectados e infecções hospitalares foram altas (25,1% e 36,9% em A e 18,2% e 22,0% em B, respectivamente) com apenas 54,0% (em A) e 34,0% (em B) definidas com critérios microbiológicos, além da prescrição maior no hospital B (44,6%, 82/184) que no A (37,1%, 110/296), mas sem diferença significativa. Observou-se diferenças (p<0,05) quanto a maior prescrição no hospital B: a) comparando unidades críticas (45,5% vs 65,9%), pacientes neonatos (16,7% vs 52,6%) e cirúrgicos (31,5% vs 57,1%), bem como b) profilático naqueles clínicos (4,5% vs 17,0%). No total, onze classes de antibióticos (19 antibióticos) foram utilizadas no hospital A e nove no B (14 antibióticos), quando avaliada a UA90%, porém, sem diferença significativa (37,1% vs 44,6%). No total, houve predominância na prescrição de beta-lactâmicos (54,2%), mas com diferenças qualitativas, incluindo uso mais intenso (p<0,05) de cefalosporinas, penicilinas e aminoglicosídeos entre outros. O uso de azóis, carbapenêmicos e glicopeptídeos, não foi diferente entre unidades críticas e não críticas do mesmo hospital, exceto quanto ao maior uso de glicopeptídeos (P=0,004) nas unidades críticas em B, no qual a prescrição de azóis foi usualmente empírico. Conclusões: Aproximadamente a metade dos pacientes internados utilizava antimicrobianos, numa variedade expressiva, com diferenças significativas apenas quanto ao maior uso em unidades críticas e em neonatos no hospital B. A prescrição foi empírica para quase metade dos pacientes internados, incluindo a de azóis, com taxa mais elevada no hospital B. Apenas glicopeptídeos foram significativamente mais utilizados nas unidades críticas do hospital B.