27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:577-1


Poster (Painel)
577-1Caracterização dos genes da metiltransferase e glicosiltransferase envolvidos na síntese de antimicrobianos por Burkholderia seminalis TC3.4.2R3
Autores:Gonçalves, P.J.R.O. (USP - Universidade de São Paulo) ; Neves, A.C.N. (USP - Universidade de São Paulo) ; Mano, E.T. (USP - Universidade de São Paulo) ; Gomez, J.G.C. (USP - Universidade de São Paulo) ; Araújo, W.L. (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Diversos compostos com atividade antimicrobiana produzidos por bactérias do gênero Burkholderia já foram descritos, os quais poderiam substituir os pesticidas químicos convencionais e ou novos antibióticos para a área médica. Por meio da análise de uma biblioteca de mutantes Tn5, foi observado que dois genes que codificam uma glicosiltransferase e uma metiltransferase de Burkholderia seminalis linhagem TC3.4.2R3 estão associados à síntese de compostos antimicrobianos. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma análise genômica destes genes na região do genoma em que se encontram e avaliar o perfil metabólico destes mutantes. Foram utilizados os mutantes M3, M4 e M7, os quais apresentam o Tn5 inserido no gene da glicosiltransferase, e o mutante M30 que apresenta o gene da metiltransferase truncado pelo Tn5. O teste fenotípico de antagonismo revelou que a B. seminalis TC3.4.2R3 foi capaz de inibir os fungos fitopatogênicos Fusarium oxysporum, Ceratocystis paradoxa, Ceratocystis fimbriata e Colletotrichum sp. Entretanto, os mutantes M3, M4 e M7 perderam a capacidade de inibir estes fungos, enquanto o mutante M30 deixou de inibir Fusarium oxysporum. Os metabólitos secundários foram extraídos com solvente dos mutantes com 24h e 48h de crescimento e em seguida submetidos ao teste de antagonismo contra os fungos. Os resultados demonstraram que frente a Ceratocystis paradoxa e Colletotrichum todos os mutantes, exceto o M30, perderam a capacidade de inibir os patógenos em comparação à linhagem selvagem. A cromatografia gasosa destes extratos mostrou um pico comum a M3, M4 e M7 em 48h, o qual poderia representar o acúmulo de um metabólito intermediário resultante da inativação do gene da glicosiltransferase. O genoma de B. seminalis TC3.4.2R3 foi analisado e foi observado que o gene da glicosiltransferase dos mutante M3, M4 e M7 é um possível ortólogo do gene wcbE de B. pseudomallei, o qual está associado à síntese de cápsula e interação com o hospedeiro. No mutante M30, o gene da metiltransferase está inserido num cluster composto por glicosiltransferase e proteínas hipotéticas e, devido à falta de ortólogos no genoma de espécies de Burkholderia e similaridade com um cluster de Mesorhizobium opportunistum, está sendo sugerido que este cluster foi adquirido por meio de transferência horizontal.