27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:568-1


Poster (Painel)
568-1Capacidade de adesão a superfícies bióticas e abióticas por amostras de Escherichia coli enteropatogênica isoladas de coelhos (REPEC) de diferentes regiões do Brasil.
Autores:Azevedo, A.M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Girão, D.M (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Moreira, B.M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Introdução Algumas cepas de Escherichia coli são capazes de causar diarreia, sendo chamadas de E. coli diarreiogênica (DEC). Dentre estas encontra-se E. coli enteropatogênica (EPEC), que em coelhos recebe a denominação de REPEC (“rabbit-specific EPEC). Seu principal mecanismo de virulência é a capacidade de formação de uma lesão nos enterócitos conhecida como “attaching and effacing” (lesão A/E). A capacidade de formação de biofilme por certos microrganismos tem sido associada ao aumento da capacidade de persistência no hospedeiro, como encontrado em E. coli enteroagregativa (EAEC) e EPEC. O objetivo do presente estudo foi analisar amostras de REPEC obtidas no Brasil quanto a marcadores de virulência. Materiais e Métodos Foram caracterizadas 136 amostras de REPEC isoladas das fezes de coelhos de diferentes regiões do Brasil em estudo anterior, quanto a marcadores de virulência, resistência a antimicrobianos e sorotipos O:H. As amostras foram submetidas a ensaios de adesão biótica e abiótica. A linhagem HEp-2, cultivada em placas de 24 orifícios, foi submetida a períodos de infecção de 3 e 6 horas a 37oC, e para os ensaios de adesão abiótica (formação de biofilme), foram empregadas placas de polipropileno de 96 orifícios com fundo em “U”, submetido a período de infecção de 24 horas a 37°C. Resultados Dentre as 136 mostras, 85 (62,5%) apresentaram o fenótipo de adesão do tipo agregativa (AA) no ensaio de 3h e 69 (50,7%) no ensaio de 6h. Observou-se ainda a co-expressão de dois tipos de adesão, agregativa e localizada (AA/AL) em 24 (17,6%) amostras nos ensaios de 3h e em 35 (25,7%) nos ensaios de 6h. A capacidade de formação de biofilme foi avaliada por 3 critérios. Foi positiva em 46 (32,6%) amostras, sendo 35 (76%) do sorotipo O178:H7, e em menor quantidade dos sorotipos ONT:H7 (6,5%), ONT:H6 (6,5%), O153:H7 (2,2%), OR:H11 (2,2%), O131:H45 (2,2%), OR:H7 (2,2%) e O49:H2 (2,2%). Neste estudo foi observado uma frequência muito elevada do fenótipo de adesão agregativo (isoladamente ou em associação) presente em uma diversidade de sorotipos. A capacidade de formação de biofilme foi associada principalmente ao sorotipo O178:H7. A capacidade de co-expressão de adesão AL/AA, já relatada entre amostras de EPEC típica isoladas de humanos pode ser caracterizada neste estudo entre as amostras de REPEC, tendo sido o primeiro relato desta associação de fenótipos de adesão. A adesão do tipo agregativa e a formação de biofilme podem ser relacionadas com a capacidade de persistência de colonização e/ou da infecção no trato gastrointestinal e desta forma colaborar para o aumento da capacidade de virulência.