Resumo

O crescimento populacional gerou impactos nocivos nos rios, devido à ausência de mecanismos de controle da entrada de diversos contaminantes, como os metais pesados, ao longo das bacias hidrográficas. As formas de tratamento de remoção de metais são variadas e apresentam na maioria das vezes a desvantagem de precisarem de um composto químico ou alta tecnologia para a eficiência de tratamento. Como alternativa temos a biorremedição, que consiste no uso de microrganismos na descontaminação do efluente por metais pesados. No presente trabalho isolou-se 2 fungos de amostras de água do Rio Tamanduateí (Santo André∕SP), com o auxílio de seringas descartáveis de 5ml, onde em laboratório, foram obtidas diluições sucessivas (método de Warcup), sendo 0,3 ml do diluído colocado em placas de Petri, contendo Meio de Martin. As culturas isoladas foram então cultivadas em meio mineral (g∕L): NaCl (5), K2HPO4 (1), NH4H2PO4 (1), (NH4)2SO4 (1), MgSO4.7H2O (0,2) e KNO3 (3), adicionado de glicose, galactose ou amido (0,5%) e os seguintes metais: CuSO4.5H2O, 104mg∕L, ZnSO4.7H2O, 94,6 mg∕L e PbSO4.H2O, 5,7 mg∕L. Fez-se ensaios de coagulação/floculação a fim de determinar a faixa de dosagem de trabalho para cada coagulante estudado (Al(SO4)3 e FeCl3), no tempo de sedimentação de 60 minutos. Coletou-se 50 mL do sobrenadante das amostras e analisou-se a turbidez em espectrofotômetro. Os teores de metal pesado foram determinados por espectrofotometria de absorção atômica com Fonte de Plasma de Argônio Induzido (ICP-AES), para que se pudesse calcular a eficiência de remoção dos mesmos por parte dos microrganismos isolados. De modo geral, houve diferenças significativas (p<0,05) na biossorção dos três metais pela biomassa dos fungos, cultivadas em diferentes fontes de carbono, sendo maiores na presença de Zn e Pb. Quanto ao tratamento químico de coagulação/floculação, os maiores valores na remoção de turbidez foram obtidos para o Zn, seguido do Cu e Pb, utilizando tanto Al2(SO4)3 e FeCl3, após tempo de sedimentação de 60 minutos, a 60ppm, no pH da solução efluente e temperatura ambiente. Apesar dos tratamentos químicos apresentarem custo relativamente baixo quando comparados ao tratamento de biossorção, se faz necessário uso de altas dosagens para realizar o processo de coagulação/floculação. Assim, é preciso avaliar custo-benefício para que se escolha uma forma de remediação