27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:551-1


Poster (Painel)
551-1TIPAGEM MOLECULAR DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE À OXACILINA (MRSA) ISOLADAS DE PACIENTES COM FIBROSE CÍSTICA PELA ANÁLISE DE LOCOS MÚLTIPLOS (MLST)
Autores:Lima, D.F. (DMIP/UERJ - Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia) ; ZUMA, A.V.P. (DMIP/UERJ - Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia) ; OLIVEIRA, L.S. (DMIP/UERJ - Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia) ; ROCHA, G.A. (DMIP/UERJ - Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia) ; MARQUES, E.A. (DMIP/UERJ - Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia) ; LEÃO, R.S. (DMIP/UERJ - Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia)

Resumo

As infecções respiratórias são as maiores causas de morbi-mortalidade em pacientes com Fibrose Cística (FC), e o microrganismo mais comumente encontrado nas vias aéreas desses pacientes é o Staphylococcus aureus. O S. aureus resistente à oxacilina (MRSA) apresenta resistência a todos os antimicrobianos β-lactâmicos. Atualmente onze tipos de cassete cromossômicos (SCCmec), local onde se encontra o gene mecA, já foram descritos (I ao XI). O objetivo deste trabalho foi avaliar a relação filogenética utilizando a técnica de Multi Locus Sequence Typing (MLST), a detecção molecular dos tipos de SCCmec I, II, III, IV e V, e a pesquisa do gene lukS, codificante da toxina PVL por PCR de 57 amostras MRSA, isoladas de pacientes atendidos em dois centros de referências para o tratamento de FC, no Rio de Janeiro. Essas amostras foram obtidas no período de 2008 a 2012. Para o MLST, foram amplificados e posteriormente sequenciados sete genes housekeeping (arcC, aroE, glpF, gmk, pta, yqiL e tpi). Os alelos foram colocados em um banco de dados (mlst.net) para identificação do Sequence typing (ST). Com exceção do SCCmec II, os outros tipos foram encontrados (I, III, IV e V) com os respectivos percentuais de 22,8% (n=13), 7,1% (n=4), 61,4% (n=35) e 3,5% (n=2) e apenas 5,3% (n=3) das amostras não foram caracterizadas. Vinte (35,1%) amostras apresentaram produtos de amplificação compatível com a presença do gene lukS, aproximadamente metade dessas amostras (55%) estava correlacionado ao SCCmec IV. Com a análise do MLST, obtivemos os STs 5 (n=28, 49,1%), 30 (n=11, 19,3%), 1635 (n=7, 12,3%), 239 (n=5, 8,8%), e ainda identificamos 1 novo ST presente em 1 amostra (em submissão ao gerenciador banco de dados) . A partir de uma análise associativa entre o MLST e o SCCmec foi possível observar a presença de linhagens características de clones epidêmicos, como o UK-EMRSA-3 (ST5, SCCmec I), USA 800/pediátrico (ST5 SCCmec, IV), Oceania Sudeste do Pacífico - OSPC (ST30, SCCmec IV) e Clone Epidêmico Brasileiro - BEC (ST239, SCCmec III). Em conclusão este estudo é o primeiro a caracterizar linhagens de MRSA nos centros de atendimento a pacientes FC no Rio de Janeiro. O impacto real dos diferentes tipos de SCCmec de MRSA em pacientes com FC ainda é incerto. Entretanto, um expressivo encontro desses genótipos nessa população sugere a necessidade de um estudo para avaliar o impacto deste organismo, especialmente a aplicação de técnicas moleculares que possam contribuir para eficácia do controle das infecções, prescrição de antimicrobianos e compreensão da epidemiologia de MRSA no RJ.