27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:548-2


Poster (Painel)
548-2Comparação da eficácia de fármacos antimicrobianos utilizados na clínica veterinária sobre bactérias isoladas e testadas em dois períodos, de 2000 a 2007 e de 2008 a 2013.
Autores:Lazzari, A.M. (UPIS - União Pioneira de Integração Social) ; Duda, P.H. (UPIS - União Pioneira de Integração Social)

Resumo

A seleção de cepas bacterianas resistentes aos fármacos antimicrobianos de origem natural (antibióticos) e de origem sintética (quimioterápicos) tem aumentado. Este fenômeno exacerbado é uma consequência do uso indiscriminado destes medicamentos, sem prévia avaliação “in vitro” da sua eficácia. O objetivo deste resumo é relatar o comportamento da suscetibilidade de bactérias isoladas na rotina de um hospital veterinário frente à grupos de fármacos antimicrobianos rotineiramente utilizados, com a hipótese de que as bactérias mais recentemente isoladas e testadas apresentam percentuais de sensibilidade menor. A análise foi retrospectiva, com dois períodos de avaliação, de 2000 a 2007 e de 2008 a 2013 e com dois grupos bacterianos, Gram positivas e Gram negativas. Os grupos de fármacos testados, pelo método de disco difusão Kirby Bauer modificado (antibiograma) foram: β – lactâmicos, cefalosporinas, fluorquinolonas, aminoglicosídeos, lincosamidas, macrolídeos e tetraciclinas. As bactérias Gram positivas e Gram negativas isoladas e testadas no período de 2000 a 2007 demonstraram percentuais de sensibilidade, respectivamente: β – lactâmicos (56,5 e 21,9), cefalosporinas (63 e 36), fluorquinolonas (56,7 e 59), aminoglicosídeos (60,5 e 55,5), lincosamidas (66,1 e 10), macrolídeos (64 e 26) e tetraciclinas (64 e 22,5). Esta mesma análise, realizada com bactérias isoladas no período de 2008 a 2013, demonstrou percentuais de sensibilidade, respectivamente, para bactérias Gram positivas e Gram negativas: β – lactâmicos (64,6 e 31,8), cefalosporinas (65,3 e 44,6), fluorquinolonas (75,5 e 69,5), aminoglicosídeos (74 e 67,4), lincosamidas (59,5 e 10,5), macrolídeos (56 e 18) e tetraciclinas (65,5 e 35,5). A comparação entre os percentuais obtidos nos dois períodos, pelo método do qui-quadrado (nível de significância de 1%), demonstrou, ausência de diferença significativa nas tetraciclinas, lincosamidas, macrolídeos e cefalosporinas. Diferença entre os dois períodos foi verificada nos β – lactâmicos e cefalosporinas, surpreendentemente com sensibilidade maior nas bactérias mais recentemente isoladas. As fluorquinolonas demonstraram perfis diferentes, entre os dois períodos, para Gram positivas e Gram negativas. As Gram negativas, ao contrário das positivas, não demonstraram diferença significativa de suscetibilidade. As Gram positivas isoladas no período de 2008-2013 demonstraram sensibilidade maior do que as anteriormente isoladas. Nesta situação específica, a hipótese proposta foi rejeitada. Para maioria dos fármacos não houve diferença de eficácia nos dois períodos de análise e quando houve, bactérias mais recentemente isoladas e testadas demonstraram maior suscetibilidade.