Resumo

A medicina veterinária vem enfrentando um problema já bem conhecido na medicina humana, a resistência bacteriana aos fármacos antimicrobianos. O objetivo deste resumo é relatar o comportamento de 721 bactérias isoladas de casos clínicos frente aos antimicrobianos rotineiramente utilizados. Foram testadas 460 bactérias Gram positivas e 261 Gram negativas pelo método de disco difusão (antibiograma). Os resultados demonstraram percentuais de sensibilidade, respectivamente de bactérias Gram positivas e Gram negativas, aos seguintes grupos de antimicrobianos: β – lactâmicos (62,7 e 30,2), cefalosporinas (76,9 e 45,5), fluorquinolonas (69 e 65,8), aminoglicosídeos (67,7 e 59,6), lincosamidas (63,6 e 9,5), macrolídeos (59,3 e 30) e tetraciclinas (65,6 e 32,3). Avaliando isoladamente, no grupo dos β – lactâmicos, a amoxacilina associada ao ácido clavulânico, os percentuais elevaram-se para 84,3 e 58,9. Cefoperazona (100%) seguida do cloranfenicol (86,3) e cefadroxil (86,2) demonstraram os melhores resultados frente às bactérias Gram positivas. Tobramicina (82,8%) seguida de gentamicina (75,1) e amicacina (74,5) demonstraram os melhores resultados frente às bactérias Gram negativas. O gênero Staphylococcus representou 40,5% das bactérias Gram positivas, a Escherichia coli e a Pseudomonas spp., 26,8% e 13% das Gram negativas, respectivamente. Os fármacos que apresentaram, percentuais de ação satisfatória para mais de 90% dos isolados de Staphylococcus spp., foram, cefoperazona, nitrofurantoína, ciprofloxacina e amicacina. Para Pseudomonas spp., amicacina e norfloxacina agiram satisfatoriamente em mais de 90% dos isolados testados e para Escherichia coli, os fármacos com melhor atuação foram polimixina B (ação sobre 84% dos isolados) e nitrofurantoína (77%). Pequeno percentual de fármacos não agiu adequadamente frente aos Staphylococcus spp. (6,7%). Percentuais mais elevados foram detectados para Escherichia coli (41%) e Pseudomonas spp. (45%). Estes resultados demonstram a importância de se realizar o antibiograma, visto que a eficácia varia conforme o gênero, espécie e cepa bacteriana e também conforme a região de análise. Na impossibilidade de realização do teste ou na necessidade de início imediato de tratamento, este resumo relata a importante informação epidemiológica do que tem funcionado “in vitro” em bactérias oriundas de casos da clínica veterinária.