27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:547-2


Poster (Painel)
547-2CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DE CEPAS DE Acinetobacter baumannii MULTIRRESISTENTES ISOLADAS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO POLYDORO ERNANI DE SÃO THIAGO (FLORIANÓPOLIS, SC)
Autores:Cruz, F.A. (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Costa, G.O.R. (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Lobo, K.L. (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Zamparette, C.P. (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Sincero, T.C.M. (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina)

Resumo

Acinetobacter baumannii caracteriza-se por apresentar resistência a uma ampla variedade de antimicrobianos, e a principal preocupação nesse contexto é a resistência aos carbapenêmicos. Com base nessas circunstâncias o objetivo desse trabalho foi realizar a caracterização fenotípica e molecular da resistência aos carbapenêmicos em isolados de A. baumannii do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) no período de março a junho de 2013. Na avaliação da resistência aos antimicrobianos foram identificados 8 antibiotipos e todas as amostras analisadas apresentaram perfil de multirresistência, com 97,6% das amostras resistentes aos carbapenêmicos. A avaliação da produção de metalo-betalactamases foi realizada através do teste do Disco Combinado com EDTA, sendo que 12 amostras (29,3%) foram positivas. Também foram avaliados iniciadores para amplificação dos genes blaOXA-23 e blaIMP, onde 40 amostras possuíam o gene blaOXA-23 e nenhuma o gene blaIMP. Geralmente um fenótipo de resistência a várias classes de antimicrobianos pode ser explicado em parte pela super-expressão de bombas de efluxo não específicas. Para avaliar fenotipicamente esta possibilidade foi testado experimentalmente o método Cartwheel, que utiliza brometo de etídio como substrato inespecífico de bombas de efluxo. Ensaios adicionais precisam ser realizados para confirmar os resultados, mas todas as amostras testadas demostraram efluxo ativo. Tem sido descrito que os isolados de A. baumannii circulantes no Brasil se originam de um mesmo clone contendo o gene blaOXA-23 com elevada capacidade de disseminação, e que surtos hospitalares têm sido descritos em vários lugares do mundo inclusive no Brasil e em Santa Catarina. Entretanto, apesar do gene blaOXA-23 ser detectado em quase todas as amostras, só uma análise genética global, como Eletrofrese em Campo Pulsado, poderia confirmar a origem clonal, o que é a próxima etapa do estudo. Finalmente, pôde-se observar a disseminação global dos antibiotipos mais abundantes em diferentes unidades do hospital e em diferentes tipos de amostra. Isto pode ser explicado pela transferência de pacientes infectados/colonizados e/ou pelos próprios profissionais da saúde, enfatizando a necessidade de medidas de controle de infecção, incluindo políticas para a utilização de antimicrobianos e isolamento dos pacientes com A. baumannii resistentes aos carbapenêmicos.