Resumo

Na indústria de alimentos, biofilmes bacterianos frequentemente são prejudiciais, uma vez que podem ser fontes constantes de contaminação dos produtos por microrganismos patógenos e, ou deteriorantes. Dentre estes, destaca-se Pseudomonas fluorescens que está comumente envolvida na deterioração de leite refrigerado, principalmente por ser uma bactéria psicrotrófica e possuir elevada capacidade de formar biofilme sobre diferentes superfícies. Novos biomateriais estão surgindo contendo a incorporação de nanopartículas em suas matrizes. Dentre essas se encontram as nanopartículas de prata que possuem propriedades antimicrobianas com amplo espectro de ação. O objetivo desse trabalho foi avaliar a formação de biofilme de Pseudomonas fluorescens em 5 diferentes superfícies. As superfícies utilizadas foram o polietileno (PP), PP+nAg, PP+carga de vidro com Ag, PP+ 2nAg e superfície de aço inoxidável AISI 304. A formação do biofilme foi realizada em placas de Petri de 140 mm diâmetro contendo aproximadamente 25 cupons de cada superfície (estas foram analisadas separadamente), que foram imersos em 60 mL de leite desnatado UAT e inoculados com 10 7 UFC/mL da cultura e incubadas a 28°C. Após 3, 10, 24, 48 e 72 horas os cupons foram retirados das placas, lavados em água peptonada (0,1%) por 3 vezes e imersos novamente no leite desnatado UAT contido na placa. Após 48 horas de incubação foi feita uma única troca de leite. Os biofilmes foram quantificados empregando-se swabs padronizados e esterilizados. Após diluições seriadas em água peptonada 0,1% (m/v) o número de UFC/cm2 foi determinado após plaqueamento de alíquotas de 0,1 mL das diluições adequadas em placas contendo ágar triptona de soja e incubação a 28°C/24 h. Os valores de log UFC/cm2 variaram de 3,837 à 7,224. Os dados foram analisados empregando-se o programa SISVAR considerando-se o nível de 5% de significância. Dentre as superfícies avaliadas não houve estatisticamente uma predominantemente melhor em inibir a formação de biofilme por P. fluorescens em todos os tempos, contudo o PP foi a que mais favoreceu a formação do biofilme, e o PP +2nAg e o aço inoxidável foram as que mais inibiram o aumento do biofilme. Comparando-se as UFC/cm2 obtidas em todas as superfícies após 72h de cultivo aquela constituída de PP+2nAg apresentou melhor capacidade de inibição na formação de biofilme por P. fluorescens.