27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:540-2


Poster (Painel)
540-2Cepas clínicas de MRSA SCCmec III apresentam maior produção de biofilme associada a maior produção de matriz extracelular
Autores:Batistão, D.W.F. (UFU - Universidade Federal de UberlândiaUMINHO - Universidade do Minho) ; Martins, M. (UMINHO - Universidade do Minho) ; Botelho, C. (UMINHO - Universidade do Minho) ; Camilo, N.C. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Naves, K.S.C. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Gontijo Filho, P.P. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Pereira, M.O. (UMINHO - Universidade do Minho) ; Ribas, R.M. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Oliveira, R. (UMINHO - Universidade do Minho)

Resumo

Introdução: A detecção precoce e o estudo da epidemiologia de cepas patogênicas como Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) carreando cassetes de resistência altamente transmissíveis são essenciais para o controle da disseminação de infecções. A formação de biofilme é um dos principais fatores de virulência que contribuem para a cronicidade dessas infecções. Esse estudo foi desenhado para avaliar a capacidade de formação de biofilme em cepas clínicas de MRSA em relação ao tipo de cassete estafilocócico (SCCmec) e quanto a presença dos genes icaA e icaD. Materiais e Métodos: A capacidade de formação de biofilme de cepas clínicas de MRSA, selecionadas randomicamente a partir de uma coleção recuperada de pacientes internados no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, coletada de vários sítios anatômicos e tipadas quanto ao SCCmec foram avaliadas através do ensaio de adesão em placas de microtitulação. A caracterização do SCCmec e dos genes icaA e icaD foi realizada por PCR. Resultados e Discussão: Para cada cepa o tipo de SCCmec foi obtido pela combinação da classe do complexo mec e complexo do gene ccr. De acordo com essa tipagem foram selecionadas 15 cepas dos cassetes cromossômicos SCCmec II (n=5), SCCmec III (n=5) e SCCmec IV (n=5) recuperadas predominantemente de sangue (67%), sítio cirúrgico (27%) e pulmão (6%). A análise da produção de biofilme mostrou que cepas SCCmec III apresentam biomassa significativamente maior quando comparada aos demais cassetes (SCCmec II e IV) exceto para uma amostra em que os resultados permaneceram abaixo da média esperada. Apesar da menor produção de biomassa entre cepas SCCmec II e IV a afirmação da não produção de biofilme não pode ser feita uma vez que haviam células aderidas em quantidade semelhante àquelas SCCmec III. Todas as cepas foram positivas para os genes ica, não havendo portanto correlação entre maior produção de biofilme e presença desses genes. A característica de multirresistência foi observada predominantemente entre as amostras SCCmec II e III ao contrário do observado naquelas SCCmec IV apesar de serem classificadas como de origem hospitalar. CONCLUSÃO: Encontramos maior prevalência do fenótipo formador de biofilme entre cepas clínicas de MRSA SCCmec III (icaA+ e icaD+). Esse trabalho pode ser útil uma vez que apresenta evidências de que a análise do tipo SCCmec em amostras de MRSA pode predizer não somente resistência mas também a habilidade dessas cepas em formar biofilme. Apoio: CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais