27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:533-1


Poster (Painel)
533-1RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE INFECÇÃO POR Enterococcus faecium RESISTENTE À VANCOMICINA EM HOSPITAL COM ALTA PREVALÊNCIA DE COLONIZAÇÃO: ESTUDO DE VIGILÂNCIA DE 30 MESES
Autores:Campos, P.A. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Batistão, D.W.F. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Gontijo-Filho, P.P. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Ribas, R.M. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia)

Resumo

Introdução: Globalmente os Enterococos Resistentes à Vancomicina (VRE) continuam sendo uma causa importante de infecção relacionada à assistência à saúde. Objetivo: Caracterizar amostras de VRE isoladas de pacientes hospitalizados durante os períodos epidêmico e endêmico, determinando o risco de pacientes colonizados desenvolver infecção, sua relação com o consumo de antibióticos e o papel da pressão de colonização. Adicionalmente, foi investigada a presença de determinantes de virulência em amostras de colonização e infecção. Materiais e Métodos: Foi realizado estudo longitudinal de coorte de pacientes colonizados e infectados por VRE, por busca ativa no Laboratório de Microbiologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, durante o período de janeiro de 2010 a junho de 2012. A identificação e a resistência aos antimicrobianos foram determinadas pelo sistema Vitek®2. Os genes de virulência asa1, gelE, esp e hyl, e resistência vanA foram detectados por reação em cadeia da polimerase. Resultados: Entre os 171 pacientes colonizados, 22 (12,9%) desenvolveram infecção pelo VRE, em média 14 dias após a colonização. A taxa de aquisição do E. faecium resistente à vancomicina (VREfm) foi 1,92/1000 pacientes-dia no início de agosto de 2010 e zero no final de janeiro de 2011, quando iniciou o período endêmico no hospital. Houve relação temporal e espacial entre os pacientes infectados com evidência de transmissão cruzada principalmente na Unidade de Terapia Intensiva de Adultos. Somente o uso prévio de aminoglicosídeos foi considerado fator de risco independente para infecção pelo VRE; no entanto, o consumo de glicopeptídeos foi correlacionado com a presença desse micro-organismo no hospital. A pressão de colonização mensal variou de 0,004-1,32% durante os 30 meses de estudo, não estando relacionada estatisticamente com o desenvolvimento de infecção pelo VRE. Todas as amostras de VREfm carreavam o gene vanA. O gene esp foi o mais frequente, detectado em 82,4% das amostras de colonização e em 76,5% das amostras clínicas. Conclusão: Mostramos alta prevalência de VREfm e elevada transmissão nosocomial em um hospital terciário, independentemente associado com o uso prévio de aminoglicosídeos e o consumo de glicopeptídeos.