Resumo

A difteria é uma doença causada pelo Corynebacterium diphtheriae e relacionada, principalmente, à produção da toxina diftérica. Infecções causadas pelo micro-organismo ainda representam um desafio à Saúde Pública Mundial, especialmente devido ao aparecimento de cepas resistentes a antimicrobianos de uso geral. Apesar da grande diversidade de antimicrobianos que agem sobre os patógenos, estudos buscam por uma droga ideal. A medicina popular é rica em exemplos de plantas utilizadas para os mais diversos fins, que substituem, muitas vezes, a prescrição médica. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de sensibilidade de 6 amostras de C. diphtheriae, isoladas no surto de difteria ocorrido no Maranhão em 2010, frente a drogas antimicrobianas e extratos de plantas. As amostras foram analisadas quanto à susceptibilidade a diversos: (i) agentes antimicrobianos, através da metodologia do disco (Kirby & Bauer); (ii) extratos etanólicos brutos de plantas, através da técnica “hole plate” e contagem de colônias após incubação com diferentes concentrações da solução. Observou-se que os micro-organismos apresentaram resistência a 10 dos 23 antimicrobianos testados, incluindo a penicilina, que é uma das drogas de escolha para o tratamento. Resistência a, pelo menos, 6 antimicrobianos foi visualizada entre as amostra. Todos os isolados foram resistentes à clindamicina, gentamicina e mupirocina e susceptíveis à vancomicina, linezolida, eritromicina e rifampicina. Através da técnica “hole plate”, observou-se que as amostras apresentaram resistência a 15 plantas das 21 testadas. Todas as amostras foram resistentes ao extrato de alho. Todos os isolados foram sensíveis aos extratos de caule de alecrim, folha de limoeiro e de bananeira, batata, polpa de maracujá e semente de abacate. Quando se cultivou os micro-organismos por 48h com o extrato de folha de limoeiro, só foi possível visualizar o crescimento bacteriano a partir da diluição 1/4. Os resultados demonstraram não só a resistência bacteriana frente a diversos agentes microbianos, mas também várias plantas com atividade antimicrobiana. Futuramente, talvez seja possível desenvolver, a partir destas plantas, um agente antimicrobiano eficaz e de baixo custo, com potencial para uso no controle de infecções causadas por C. diphtheriae. Isso possibilitará contornar o problema de resistência bacteriana e os possíveis efeitos negativos que algumas substâncias químicas sintéticas têm sobre o hospedeiro. Apoio financeiro: FAPEMA, FAPERJ, CNPq, CAPES