Resumo

Os cogumelos comestíveis podem ser produzidos em diferentes tipos de resíduos agroindustriais. Sua produção constitui uma alternativa para o aproveitamento desses resíduos gerando a oportunidade de reciclagem e benefícios ao ambiente. Além disso, são alimentos de importância nutricional. Entretanto a maioria dos cogumelos cultivados no Brasil são espécies exóticas e nem sempre adaptadas às nossas condições climáticas. Para isso é necessário selecionar isolados de fungos formadores de cogumelos adaptados a temperaturas de diferentes regiões. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento micelial e biomassa de isolados de Pleurotus spp. em três temperaturas de crescimento, 25, 30 e 35 ºC. Foram testados 12 isolados: seis de Pleurotus ostreatus (Plo 02, 06, 09, 11, 14 e 15), três de Pleurotus eryngii, (Ple 01, 04 e 06), um de Pleurotus ostreatoroseus (Plo 13), um Pleurotus djamor var. roseo (Pdr 01) e um de Pleurotus cornucopiae (PC 98). Um disco de 8 mm de diâmetro contendo micélio dos respectivos fungos, retirados das bordas de colônias com crescimento ativo foram inoculados no centro da placa contendo 25 mL de meio BDA (Batata Dextrose Ágar), em triplicata. O diâmetro da colônia foi medido diariamente por sete dias. No sétimo dia foi determinada a massa micelial seca. Os isolados de P. ostreatus foram os que apresentaram maiores crescimento micelial, com destaque para os isolados Plo 11 e 14, mostrando a capacidades destes de crescer em diferentes temperaturas. O isolado Plo 06 também apresentou um bom crescimento nas temperaturas de 25 ºC e 30 ºC, no entanto quando cultivado a 35 ºC seu crescimento micelial teve uma redução de 31 e 41%, respectivamente. Comportamento semelhante foi observado para os isolados Plo 13 e Pdr 01, demonstrando sensibilidade destes fungos a altas temperaturas. Os isolados de P. eryngii apresentaram menor crescimento micelial em todas as temperaturas avaliadas, principalmente a 35 ºC. Com relação à massa seca dos isolados, o isolado Plo 11 foi o que apresentou maior valor em todas as temperaturas, confirmando seu melhor desempenho com relação aos outros isolados. Conclui-se que os isolados de P. ostreatus Plo 11 e 14 são os que apresentam maior potencial para crescimento em diferentes temperaturas, inclusive nas temperaturas mais elevadas. Entretanto, o teste de frutificação deverá ser realizado para confirmar esse potencial.