Resumo

O mel é um produto consumido pela humanidade há muitos anos, com relatos de seu consumo no antigo Egito. Muito utilizado na preparação de remédios caseiros, seu consumo cresce cada vez mais devido o conhecimento de suas propriedades medicinais e nutricionais. No entanto, poucas pessoas dão a devida atenção à qualidade microbiológica desse produto, que pode ser alterada durante a fabricação, armazenamento e comercialização inadequados. Comparado com outros produtos de origem animal, o mel apresenta uma baixa microbiota, porém não é um alimento estéril e está susceptível a contaminações pela manipulação inadequada. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade microbiológica do mel de abelha comercializado no município de Fortaleza-CE. Um total de dez amostras foi adquirido em supermercados e feiras livres da cidade e foram avaliadas quanto a pesquisa de coliformes totais e termotolerantes, contagem de bolores e leveduras e pesquisa de Salmonella sp., Staphylococcus sp. e Clostridium sulfito redutores. Das amostras analisadas, nenhuma apresentou contaminação para os micro-organismos pesquisados, o que corrobora com os padrões exigidos pela legislação brasileira. Apesar da referida legislação não estabelecer parâmetros para os patógenos pesquisados, é relevante investigá-los pelo fato destes poderem ser originados de uma contaminação secundária, o que pode contribuir para um risco em potencial a saúde dos consumidores, pela possibilidade de ocasionarem doenças transmitidas por alimentos. Outro fator importante que pode ter contribuído para a ausência de micro-organismos nesse alimento é alta concentração de açúcares presentes, que favorece a redução da atividade de água do alimento, interferindo negativamente no crescimento microbiano. Sendo assim, os méis de abelha comercializados no município de Fortaleza-CE podem ser adquiridos com segurança pelos consumidores, pois são inócuos à saúde.