27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:468-2


Poster (Painel)
468-2Perfil microbiológico das infecções da corrente sanguínea em pacientes de hemodiálise na grande Vitória, ES: uma visão parcial.
Autores:Vitória, M.P. (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Scalzer, P.F. (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Alvarenga, C.G. S. (CCR - Clínica Capixaba do Rim) ; Vasconcelos-Filho, L.M. (UFES - Universidade Federal do Espírito SantoCCR - Clínica Capixaba do Rim) ; Birro, J.T.C. (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Nunes, A.P.F. (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Santos, K.V. (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo)

Resumo

As complicações infecciosas estão entre as maiores causas de morbidade e mortalidade nos pacientes em hemodiálise, sendo o acesso vascular para hemodiálise o maior fator de risco para infecção. Assim, com o objetivo de melhorar o manejo das infecções em pacientes em hemodiálise e proporcionar condutas terapêuticas mais adequadas, pretendeu-se com este estudo traçar o perfil microbiológico das infecções sanguíneas de pacientes em hemodiálise em unidades de hemodiálise da região da Grande Vitória, ES e determinar o padrão de susceptibilidade aos antimicrobianos dos microrganismos isolados. Foram incluídos neste estudo todos os pacientes atendidos nas referidas unidades de hemodiálise que apresentaram sinais e sintomas clínicos de bacteremia durante o procedimento de hemodiálise no período de outubro de 2012 a abril de 2013. Durante o procedimento hemodialítico foram coletadas 02 amostras sanguíneas (uma de veia periférica e outra da circulação extracorpórea) em intervalos de 15 minutos. As culturas microbiológicas, a identificação e o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foram realizados no sistema automatizado Bactec 9240 (Becton Dickinson). Foram isolados e indentificados 37 microrganismos, sendo os mais prevalentes Staphylococcus aureus (29,7%), Stenotrophomonas maltophilia (21,6%) e S. epidermidis 10,8%. Também foram recuperadas amostras de S. sciuri (2,7%), S. haemolyticus (2,7%), Streptococcus pyogenes (2,7%), Serratia marcescens (2,7%), Providencia stuartii (5,4%), Morganella morganii (2,7%), Acinetobacter baumannii/haemolyticus (5,4%), Pseudomonas aeruginosa (5,4%) e Ralstonia pickettii (8,1%). As maiores taxas de resistência entre os Staphylococcus spp. foram para as drogas ciprofloxacim (43,7%), eritromicina (76, 4%), oxacilina (64,7%) e cefalotina (41,17%). A frequência de linhagens MDR (multidrug-resistant) foi de 64,7%. Entre os microrganismos não fermentadores de carboidratos, as maiores taxas de resistência foram para as drogas ticarcilina/ácido clavulânico (25%), ceftazidima (66,6%) e meropenem (28,57%). Neste grupo de microrganismos a taxa de MDR foi de 20%. Estes resultados parciais corroboram os dados da literatura que também apontam a maior ocorrência de S. aureus nos episódios de bacteremias em pacientes de hemodiálise, bem como a ocorrência significativa de bacilos Gram-negativos em cerca de 50% das infecções nosocomiais da corrente sanguínea.