27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:461-1


Poster (Painel)
461-1USO DE UM PRODUTO IMUNOBIOLÓGICO NO TRATAMENTO DA PIODERMITE NECRÓTICA POR Staphylococcus aureus EM CARNEIROS
Autores:BUSCH, A.P.B (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; DE SOUZA,C. (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; WARTH, J.F. (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; BARROS FILHO,I.V. (UFPR - Universidade Federal do Paraná)

Resumo

A piodermite necrótica causada pelo Staphylococcus aureus em ovinos é uma infecção relatada principalmente em fêmeas lactantes e cordeiros desmamados, sem predileção por raça apresentando uma morbidade entre 20 e 50% e rara mortalidade. A doença apresenta-se por pápulas, pústulas e pus, evoluindo para lesões crostosas e escaras necróticas, além de alopecia, ulcerações, odor desagradável e melanose atingindo a face, base de orelhas, região periocular, lábios, membros e glândula mamária. As infecções causadas por este patógeno são normalmente tratadas apenas com antibioticoterapia embora imunobiológicos antiestafilocócicos têm sido empregados objetivando tanto a ação preventiva quanto curativa. Este relato refere-se a dois casos de piodermite necrótica por S. aureus em ovinos machos inteiros, com 4 anos, da raça Suffolk cujos sinais iniciaram após a tosquia realizada há 45 dias. Na abordagem terapêutica optou-se por utilizar em um dos animais, além do protocolo antibacteriano convencional, o uso concomitante de um imunobiológico com o objetivo de estimular as respostas humorais anti-proteínas estafilocócicas comparando o seu efeito pós-vacinal. Para tanto, utilizou-se uma cepa de Staphylococcus sp. produtora de hemolisina Beta sendo cultivada em caldo BHI suplementado com glicose a 1%, inativada pelo formol. A dose utilizada foi de 1 mL, pela via subcutânea, e duas doses de reforço com o mesmo volume com intervalo de 15 dias entre elas simultaneamente ao uso de enrofloxacina na dose de 5 mg/kg, SID, pela via subcutânea, durante 23 dias. O objetivo deste relato visa descrever o uso de um toxóide estafilocócico concomitantemente ao tratamento antibacteriano convencional visando à estimulação das respostas imunes humorais específicas contra as proteínas produzidas pelo S. aureus. Após 15 dias do início do tratamento, observou-se uma melhora significativa no ovino vacinado quando comparado ao outro animal o qual apresentava lesões ulcerativas reincidentes no tecido de cicatrização e tecido de granulação hemorrágico. Conclui-se que em casos de dermatite causada pelo S. aureus com lesões generalizadas a terapia antibacteriana convencional poderá ser associada ao uso de um toxóide estafilocócico visando à estimulação das respostas imunes humorais. Enquanto a antibioticoterapia visa o controle da multiplicação bacteriana, as toxinas estafilocócicas inativadas podem auxiliar no controle da toxinfecção.