27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:458-2


Poster (Painel)
458-2EFEITO DA TEMPERATURA SOB A PRODUÇÃO DE BIOFILME POR SALMONELLA SPP. EM SUPERFÍCIE PLÁSTICA
Autores:VIVIAN, R.C. (FMVZ - UNESP - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Unesp) ; BAPTISTÃO, L.G. (IBB - UNESP - Instituto de Biociências - Unesp) ; GARCIA, K.C.O.D. (FMVZ - UNESP - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Unesp) ; PINTO, J.P.A.N. (FMVZ - UNESP - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Unesp) ; RALL, V.L.M. (IBB - UNESP - Instituto de Biociências - Unesp)

Resumo

INTRODUÇÃO As complexas comunidades denominadas biofilmes fornecem às bactérias capacidade de crescerem aderidas à diferentes superfícies. Tais comunidades são agregados de células fechadas em uma matriz de polímeros e constituem um aspecto fundamental da ecologia e biologia bacteriana. Salmonella spp. tem sido associada com inúmeros casos de infecções de origem alimentar, e é capaz de formar biofilmes em vários materiais, uma habilidade que contribui para a sua persistência no ambiente. Contudo poucos estudos avaliaram a capacidade de formação de biofilme em diferentes temperaturas. Portanto, o principal objetivo do presente estudo foi avaliar a variabilidade entre cepas a partir de diferentes temperaturas. MATERIAL E MÉTODOS Um total de 60 cepas de Salmonella spp. foram utilizadas neste estudo. As cepas foram incubadas em quatro temperaturas. 4 e 8ºC, limites mínimo e máximo de resfriamento de produtos avícolas, respectivamente. 25ºC, temperatura ambiente. E 35ºC, temperatura ótima de crescimento destes micro-organismos. A quantificação da produção de biofilme seguiu a metodologia descrita por Stepanovic em 2003, em que o meio não inoculado foi utilizado como controle negativo e o meio inoculado com Salmonella Typhimurium ATCC 14028 como positivo. RESULTADOS Os resultados revelaram que a temperatura influenciou significativamente a quantidade de biofilme produzida pelas bactérias, sendo 35ºC a mais eficaz (Densidade Óptica média de 0,312), seguindo-se então 25ºC (0,296). Já a 8ºC (0,156) e 4ºC (0,139) foram observados os menores resultados. CONCLUSÃO A avaliação da formação de biofilme por Salmonella spp. revelou que a temperatura é fator determinante no desenvolvimento microbiano, e como tal, afeta diretamente a formação e a atividade de qualquer biofilme. Deste modo, as quatro diferentes temperaturas utilizadas levaram a diferentes níveis de formação de biofilme pelas cepas. A temperatura mais eficaz foi a 35ºC, temperatura ótima para o crescimento das bactérias. Contudo, houve formação em todas as demais temperaturas, demonstrando a capacidade do micro-organismo em formar biofilme mesmo em condições de estresse térmico. Essa capacidade é explicada pelo próprio conceito de biofilme, que muitas vezes é uma estratégia de resistência e persistência do micro-organismo no ambiente.