27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:434-1


Poster (Painel)
434-1Comparação do desenvolvimento da resistência frente a própolis vermelha e ao fluconazol em isolados clínicos de Candida parapsilosis após exposição prolongada
Autores:Pippi, B. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Dalla Lana; A.J. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Bergamo, V.Z. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Moraes, R. C. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Dalla Lana, D. F. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Meirelles, G.C. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; von Poser, G.L. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Fuentefria,A.M. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

Introdução: A resistência aos antifúngicos é uma realidade preocupante e pouco esclarecida, principalmente quando o agente é considerado emergente, visto que, neste caso, menor ainda é o conhecimento do seu potencial de virulência in vivo. A busca pela droga ideal inclui substâncias eficazes e que podem ser usadas com segurança por longos períodos. Assim, intensificou-se a pesquisa para o desenvolvimento de drogas com capacidade de combater as estratégias de adaptação criadas por esses organismos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de aquisição da resistência fenotípica in vitro de isolados sensíveis de C. parapsilosis frente a própolis vermelha, comparado ao perfil após exposição ao Fluconazol. Materiais e Métodos: Foram utilizados 5 isolados de C. parapsilosis sensíveis à própolis vermelha e ao Fluconazol para exposição a diferentes concentrações (8; 16; 32; e 64µg/mL) desses. Os isolados permaneceram expostos a todas as concentrações por 4 dias. A cada mudança de concentração foi separada uma amostra da levedura e realizado um novo teste de susceptibilidade. Discussão dos resultados: Verificou-se que 3 isolados foram capazes de expressar resistência ao fluconazol, o qual a concentração inibitória mínima variava de 1 a 2µg/mL, e passou a ter atividade em concentrações maiores que 8µg/mL. Nenhum isolado expressou resistência à própolis, onde a CIM permaneceu a mesma (variando de 7,8 a 15,6µg/mL conforme o isolado). Uma hipótese é devido à própolis ser uma mistura complexa, onde vários mecanismos distintos podem ser responsáveis pela sua atividade; assim vários mecanismos de resistência deveriam estar envolvidos para o composto perder sua eficácia. A mudança dos valores iniciais da CIM do fluconazol se deu após exposição na concentração de 16µg/mL desse fármaco; e após exposição a 64µg/mL, houve um aumento ainda maior da CIM. Todos os isolados expostos ao fluconazol apresentaram também mudanças macromorfologicas relacionadas com virulência (Phenotypic switching), enquanto que, quando expostos à própolis, não visualizou-se essa alteração. Conclusão: A própolis vermelha além de apresentar atividade antifúngica contra C. parapsilosis, também pode vir a ser efetiva para tratamentos recidivos e profiláticos, onde há re-exposição do agente. Para isso, ainda são necessários estudos para avaliar o mecanismo de ação e toxicidade dessa substância.