27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:433-2


Poster (Painel)
433-2Variabilidade fenotípica do Microsporum canis após múltipla exposição de antifúngicos
Autores:Dalla Lana, A.J. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Pippi, B. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Moraes, R.C. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Bergamo, V.Z. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Dalla Lana, D.F. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Fuentefria, A.M. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Ortega, G.G. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

Introdução: O surgimento de isolados fúngicos resistentes aos antifúngicos ou de maior virulência ao hospedeiro tem sido cada vez mais associado a alta capacidade desses micro-organismos apresentarem variabilidade fenotípica. Essa heterogeneidade é uma estratégia que lhes permite passar por uma rápida adaptação em resposta a adversidades ambientais, tais como alterações de temperatura e pH, alem de conferir resistência aos fármacos e protegê-los da resposta imune do hospedeiro. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade morfológica de isolados clínicos multirresistentes de Microsporum canis (MCA) frente à combinação de fármacos antifúngicos. Materiais e Métodos: A susceptibilidade in vitro de isolados clínicos de MCA foram analisados para griseofulvina e terbinafina, os dois fármacos mais comumente utilizados para o tratamento de micoses cutâneas. A concentração inibitória mínima (CIM) de cada antifúngico foi avaliada individualmente, através do método de microdiluição proposto pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2008), além da investigação do CIM dos dois fármacos em combinação, de acordo com o método checkerboard. Para análise dos resultados, as células foram coradas com brometo de 3-[4,5-dimetil-tiazol-2-il]-2,5-difenil-tetrazólio (MTT) para avaliar a viabilidade celular. Além disso, foi observado também a macromorfologia (cor, textura, topografia), micromorfologia (hifas, macroconídios, microconídios, clamidoconídios) das colônias. Discussão dos Resultados: O isolado MCA 38 revelou CIM de 2 µg/mL para terbinafina e 0,125 µg/mL para a griseofulvina, porém quando combinadas não apresentou sinergismo, mas observou-se alteração macromorfologica no crescimento dependendo da combinação dos dois fármacos. Quanto a griseofulvina e terbinafina estavam em menores concentrações o MCA 38 cresceu com colônias isoladas, sem muita proliferação de micélio, a medida que se aumentava a concentração de griseofulvina observou-se o crescimento de colônias com mais micélio, mas não como no controle positivo. Na análise pelo MTT, que avaliou a viabilidade celular, não houve alteração nas absorbâncias nos diferentes tipos de crescimento. Além disso, também se observou essas células em microscópio ótico o qual revelou clamidoconídios quanto os fármacos estavam combinados, no entanto os fármacos isolados não se encontraram essas estruturas. Conclusão: A variabilidade em células fúngicas comumente é observada em isolados do gênero Candida, associada com o aumento da virulência e da resistência aos antimicrobianos. Entretanto, a variabilidade fenotípica observada nos isolados de Microsporum canis expostos a antifúngicos é descrita pela primeira vez por este trabalho.