27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:430-1


Poster (Painel)
430-1AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE FORMAÇÃO DE BIOFILME E SUA RELAÇÃO COM A PRESENÇA DOS GENES gelE, esp E agg EM ISOLADOS CLÍNICOS DE Enterococcus faecalis E Enterococcus faecium
Autores:Soares, R.O. (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; Fedi. A.C. (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; Reiter, K.C. (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; Caierão, J. (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; d'Azevedo, P.A. (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre)

Resumo

Microrganismos associados a biofilmes são considerados um importante problema de saúde pública, uma vez que possuem a capacidade de funcionar como barreira à ação dos antimicrobianos. Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium estão entre as principais bactérias causadoras de infecções associadas a assistência à saúde, tornando-se relevante a avaliação de mecanismos envolvidos na formação e funcionamento do biofilme nessas espécies, como forma de prevenção e tratamento das infecções. Genes como a gelatinase (gelE), a proteína de superfície de Enterococos (esp) e substância de agregação (agg) são considerados fatores de virulência dessas espécies, e têm sido associados ao processo de formação do biofilme. O objetivo do estudo foi avaliar a capacidade de produção de biofilme em isolados de E. faecalis e E. faecium obtidos a partir de amostras clínicas de pacientes internados em um hospital geral de Porto Alegre - RS, bem como associar com a presença dos genes gelE, esp e agg com a formação do mesmo. Foi realizado um estudo transversal durante seis meses (setembro de 2012 a março de 2013), onde foram coletadas 240 amostras de Enterococcus sp. cujo gênero foi caracterizado por métodos fenotípicos. A identificação das espécies e dos fatores de virulência foi realizada mediante técnica de PCR. A indução do biofilme foi feita utilizando microplacas de poliestireno de 96 poços e posteriormente foram realizadas leituras espectrofotométricas do biofilme corado com Cristal Violeta. Das 240 amostras de Enterococcus sp., 221 (92,1%) foram identificadas como Enterococcus faecalis e 19 (7,9%) Enterococcus faecium. Entre os isolados de E. faecalis, 87,3% produziram biofilme, sendo 20,8% fracos produtores; 36,6% moderados produtores e 29,9% forte produtores. Já em E. faecium, somente 10,5% dos isolados produziram biofilme, e todos foram fracos produtores. Dos isolados produtores de biofilme, 97,9% apresentaram pelo menos um dos três genes de virulência, sendo que em E. faecium as cepas produtoras apresentaram apenas o gene esp. As correlações estatísticas foram obtidas pelo teste do Qui-quadrado no programa SPSS, e todas foram significativas com o p<0,05. Embora a presença dos genes de virulência tenha sido alta nos isolados produtores de biofilme, sugere-se que haja além destes, outros fatores relacionados com a formação de biofilme nessas cepas, devendo-se expandir o número de genes estudados como também os possíveis fatores envolvidos. Apoio financeiro: CNPq, Fapergs