Resumo

Infecções hospitalares são frequentemente relacionadas a indivíduos internados ou expostos a passagens em hospitais com ocorrência de procedimentos invasivos. Os agentes etiológicos destas patologias comumente são bactérias resistentes ou multirresistentes aos antimicrobianos convencionais. Desta forma, a busca por novos compostos antimicrobianos, como aqueles obtidos a partir de plantas medicinais é uma constante. Dentre estes, os óleos essenciais e extratos, e seus compostos majoritários isolados, são os que revelam as propriedades biológicas, especialmente as antimicrobianas. Assim, objetivamos avaliar a atividade antimicrobiana de seis compostos (carvacrol, eugenol, geraniol, terpineol e timol) majoritários de óleos essenciais, sobre bactérias causadoras de infecções hospitalares: Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina (MRSA), Staphylococcus aureus Sensível à Meticilina (MSSA), Pseudomonas aeruginosa, Enterococcus faecalis e Escherichia coli. Foram realizados testes de sensibilidade para a determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) pela metodologia da diluição dos compostos em Agar Müeller-Hinton. Visando determinar se os valores de CIM obtidos referiam-se a ação bactericida ou bacteriostática dos compostos, foram realizados ensaios para obtenção das curvas de sobrevivência de cada bactéria sob ação dos compostos, através da contagem de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) em função do tempo (0; 2; 5; 10 e 24 horas). Os resultados revelaram atividade antimicrobiana dos compostos, sendo o potencial de inibição maior verificado sobre amostras de S. aureus, com o menor resultado de 0,24mg/ml para timol e o maior de 1,89mg/ml para terpineol em CIM90%, e menor potencial sobre P. aeruginosa, com o menor resultado de 31,6mg/ml para carvacrol e o maior de 37,01mg/ml para geraniol e terpineol em termos de CIM90%. Para E. faecalis o geraniol foi o composto mais eficiente; Para E. coli, foi o carvacrol; Para MRSA e MSSA, o timol. E para P. aeruginosa carvacrol, eugenol e timol foram os compostos mais eficientes. Assim, considerou-se que todos os compostos testados possuem atividade antimicrobiana bactericida ou bacteriostática de acordo com a bactéria estudada. Portanto, embora novos estudos devam aprofundar os conhecimentos, especialmente sobre a toxicologia dos compostos, é possível inferir que estes tem potencial para a elaboração de produtos antimicrobianos como fitoterápicos. Apoio Financeiro: FAPESP