27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:397-1


Poster (Painel)
397-1EXPRESSÃO DE UMA MANOPROTEÍNA DE Cryptococcus gattii RECOMBINANTE COM POTENCIAL IMUNOTERAPÊUTICO PARA O TRATAMENTO DA CRIPTOCOCOSE
Autores:Reuwsaat, J. C. V. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; CUPERTINO, J.B. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; STAATS, C.C. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; SCHRANK, A. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; KMETZSCH, L. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; VAINSTEIN, M H. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

Cryptococcus gattii e Cryptococcus neoformans são leveduras encapsuladas, principais agentes causadores da criptococose. Essa infecção é caracterizada por atingir os pulmões e se disseminar para o sistema nervoso central, causando meningite. C. neoformans acomete principalmente pacientes imunocomprometidos, já C. gattii indivíduos imunocompetentes. Acreditava-se que a ocorrência de C. gattii era limitada às regiões tropicais e subtropicais, como Austrália, Nova Zelândia e sudeste da Ásia. Porém, essa visão mudou após o surto de infecção por C. gattii na ilha de Vancouver, Canadá, admitindo-se também a ocorrência do fungo em regiões de clima temperado. As manoproteínas, que correspondem a aproximadamente 1% da composição da cápsula de Cryptococcus, são altamente imunogênicas e induzem resposta imune mediada por células T durante a infecção em modelo murino. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho é avaliar o potencial imunoterapêutico de uma manoproteína de C. gattii recombinante em ensaios de infecção experimental. Análises in sílico do genoma de C. gattii evidenciaram a presença de uma manoproteína com massa predita de 43KDa, anotada como proteína hipotética conservada, a qual denominamos MP43. Essas análises sugerem que MP43 possui todas as características essenciais de uma manoproteína: uma região rica nos aminoácidos serina e treonina, em que as manoses são adicionadas; um domínio C terminal de ancoramento à GPI e uma região na porção N terminal onde se localiza um peptídeo sinal para secreção. Com o intuito de expressar MP43 em Pichia pastoris para posterior purificação e utilização em ensaios de avaliação do potencial imunoterapêutico no tratamento da criptococose, primers foram projetados a fim de eliminar as regiões do peptídeo sinal e da âncora de GPI, para maior eficiência durante a purificação. O fragmento foi amplificado e clonado no plasmídeo pHIL-S1, amplamente utilizado em sistemas de expressão em P. pastoris. Esse vetor possui uma sequência que codifica um peptídeo sinal e um promotor induzido por metanol. A confirmação da construção foi realizada por clivagem com as enzimas PstI e BglII e posterior sequenciamento. A expressão heteróloga está em fase inicial de padronização e, após a purificação, serão realizados testes para avaliar o potencial imunoterapêutico da manoproteína MP43 de C. gattii em modelo murino de criptococose.