Resumo

A Nanobiotecnologia, um ramo da Nanociência vem desempenhando um papel decisivo elucidando diversos desafios, particularmente no campo de produtos eletrônicos, medicina e agricultura. A atual década presencia a rápida mudança nas estratégias de síntese de nanopartículas de íons de metais de métodos físico-químicos para agentes biológicos, como fungos, bactérias e plantas. Neste estudo a biossíntese e captação de nanopartículas de cobre foram investigadas, utilizando o fungo filamentoso Hypocrea lixii (H. lixii), através do crescimento da amostra na presença do íon metálico em meio ágar batata dextrose; modelos de isotermas foram utilizados para ajustar dados da biossorção e a capacidade de captação das nanopartículas de cobre; também foi analisada a cinética de biossorção das nanopartículas pela biomassa de H. lixii; análise por microscopia foi realizada para a observação de nanopartículas do metal, e análise por espectroscopia de infravermelho. A amostra de fungo filamentoso em estudo cresceu a uma concentração de cobre de 528 mg/L. O modelo de Langmuir foi que melhor descreveu a isoterma de biossorção dos íons cobre, sendo a capacidade máxima de biossorção do íon metálico de 19,0 mg/g, e a cinética de biossorção pela biomassa fúngica, foi melhor descrita utilizando o modelo de pseudo-segunda ordem. Através de microscopia foi confirmada a presença de nanopartículas de cobre na forma esférica e tamanho aproximado de 24,5nm. Os estudos por espectroscopia mostraram que os grupos amida estavam ligados as partículas, sendo responsáveis pela estabilidade das mesmas, confirmando ainda a presença de proteína como agente de estabilização e de nivelamento em torno das nanopartículas. Estes estudos demonstraram pela primeira vez que o fungo H. lixii oferece uma estratégia sustentável para biorremediação de águas residuais e produção de nanopartículas de cobre, em tempo rápido, com baixo custo e facilmente escalável, utilizando como agente redutor o fungo H. lixii. Apoio financeiro: FAPESP.