Resumo

Introdução: As doenças inflamatórias intestinais (IBD) formam um grupo de condições inflamatórias do intestino delgado e grosso. Os principais tipos de IBD são a doença de Crohn (CD) e a colite ulcerativa (UC). Embora a causa exata das IBD seja desconhecida, uma resposta inflamatória anormal direcionada contra a microbiota entérica em um hospedeiro geneticamente susceptível tem sido proposta. A indicação de probióticos em casos de IBD é fundamentada em uma série de estudos em humanos e animais indicando que a microbiota intestinal possui um papel central na patogênese de CD e UC. Com base no que foi exposto, nosso objetivo principal é verificar e comparar o efeito terapêutico da levedura S. cerevisiae UFMG A-905 (que apresenta características probióticas) em modelos de IBD, e tentar desvendar os mecanismos envolvidos nesse processo. Materiais e Métodos: foram usados camundongos BALB/c divididos em 4 grupos: (i) animais controle, (ii) animais controle tratados com a levedura, (iii) animais com colite aguda induzida por DSS e (iv) animais tratados com a levedura + colite aguda induzida por DSS. Após indução da colite o score clínico foi avaliado por meio do peso dos animais, presença de sangue e a consistências das fezes e mortalidade. Ao final do experimento, todos os animais foram sacrificados e o cólon removido para análise das atividades enzimáticas de neutrófilos (MPO), eosinófílos (EPO), macrófagos (NAG), níveis de IgA (no fluido intestinal), citocinas inflamatórias e para análises histológicas. Resultado: observamos em modelo agudo de UC induzida por DSS alterações clínicas semelhantes com inflamação aguda do cólon. Estes sinais foram medidos por meio de um score que permitiu a construção de um índice diário de atividade da doença (DAI). A administração do probiótico promoveu uma melhora nestes sinais, com redução estatisticamente significativa no DAI comparado ao grupo DSS. No cólon o tratamento com a levedura+ DSS reduziu os níveis de NAG quando comparado com o grupo controle DSS. A atividade da peroxidase eosinofílica (EPO) também foi menor no grupo tratado, mas não foi significativo. Já as análises de IgA e do MPO não houve diferença significativa. Posteriormente mediremos as citocinas inflamatórias, para confirmar o efeito protetor da levedura. Conclusão: pudemos observar que dentro da amostragem analisada houve uma tendência à redução dos danos causados pelo DSS nos grupos tratados com a levedura.