27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:362-1


Poster (Painel)
362-1ASSOCIAÇÃO ENTRE OS DIFERENTES GENÓTIPOS DO VÍRUS DA HEPATITE A E OS PADRÕES CLÍNICOS DA DOENÇA
Autores:Lemos, A.S. (IOC - Instituto Oswaldo Cruz) ; Tourinho, R.S. (IOC - Instituto Oswaldo Cruz) ; Rodrigues, C.A. (IOC - Instituto Oswaldo Cruz) ; De Paula, V.S. (IOC - Instituto Oswaldo Cruz)

Resumo

Variantes genéticas de HAV foram identificadas pelo sequenciamento de regiões do genoma selecionadas, incluindo VP1 amino terminal e a junção VP1/2A. O VP1 amino terminal e a junção VP1/2A podem ser utilizadas para distinguir um genótipo do vírus de outro. De acordo com essa variabilidade genética observada pelo sequenciamento da junção VP1/2A, 6 genótipos foram identificados: I, II e III para humanos e IV, V e VI para símios. Porém, alguns estudos mostraram que a região VP1 amino terminal contêm posições variáveis mais informativas do que a junção VP1/2A. Para ter uma visão sobre a epidemiologia molecular de HAV, investigamos a variabilidade genética de estirpes de HAV recuperadas a partir pacientes agudos e fulminantes usando a sequência completa dos genes VP1 e VP1/2A de cada amostra correspondente. Os resultados de genotipagem foram correlacionados com o quadro clínico de cada paciente para análise como fator de prognóstico. As análises de genotipagem foram acessadas pela amplificação das regiões do genoma VP1 (1119 bp) e VP1/2A (243bp), utilizando primers específicos, a partir do RNA do vírus presente em 94 amostras de soro. Amplicons esperados foram sequenciados e os resultados foram analisados filogeneticamente pelo Método de Reconstrução Bayesiana, usando o modelo Tamura Nei 93. Resultados mostraram que 63 amostras foram reativas para RNA de HAV, das quais 46 para VP1/2A e 17 para ambas as regiões genéticas VP1 e VP1/2A do vírus. Cinquenta e quatro amostras foram sequenciadas com sucesso para VP1/2A e 11 para a região VP1. Análise filogenética demonstrou que, independentemente da região genética usada, os genótipos não tiveram alteração para a mesma amostra. Embora contenha mais informações da diversidade genética do HAV, a região VP1 é um fragmento maior e mais difícil de ser amplificado e sequenciado. Não foi observada nenhuma correlação de algum genótipo específico de HAV com o quadro clínico da doença quando amostras de pacientes fulminantes foram agrupadas filogeneticamente com as agudas. Logo, podemos concluir que a variabilidade na junção VP1/2A é suficiente para determinar o genótipo do HAV e que a diversidade genética viral não parece ser um fator de progressão da doença.