27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:361-1


Prêmio
361-1Triatomíneos apresentam potencial como vetores de Hanseníase
Autores:NEUMANN, A. S. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz - Instituto Oswaldo Cruz) ; Ferreira, J. S. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz - Instituto Oswaldo Cruz) ; Rocha, A. S. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz - Instituto Oswaldo Cruz) ; Lima, M. M. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz - Instituto Oswaldo Cruz) ; Suffys, P. N. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz - Instituto Oswaldo Cruz) ; Oliveira, P. L. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Rosa, P. S. (ILSL - INSTITUTO "LAURO DE SOUZA LIMA") ; MORAES, M. O. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz - Instituto Oswaldo Cruz) ; Lara, F. A. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz - Instituto Oswaldo Cruz)

Resumo

Introdução: A mais provável porta de entrada do Mycobacterium leprae no organismo são as vias respiratórias superiores, porém estudos definitivos sobre outras possíveis vias de infecção ainda se tornam necessários. Este projeto tem como objetivo geral analisar a possibilidade de vetores de doenças tropicais estarem envolvidos na transmissão da hanseníase. Materiais e métodos: Os triatomíneos da espécie Rhodnius prolixus, mantidos no insetário do Instituto de Bioquímica Médica (UFRJ) foram infectados com M. leprae vivos e realimentados após 20 dias. O RNA e DNA dos triatomíneos alimentados artificialmente foram extraídos de seus tecidos usando Trizol. O RNA foi tratado com DNAse e transcrito para cDNA através da RT-PCR. Os níveis de 16s rRNA de M. leprae dos tecidos coletados foram determinados por PCR em tempo real. Para a localização do bacilo nos tecidos dos barbeiros infectados in vitro foi utilizada a marcação com PKH26 antes da alimentação, ou utilizando anticorpo monoclonal anti-LAM, revelado com Alexa 633. Os núcleos foram marcados com DAPI e em verde foi registrado a autofluorescencia do tecido. Após 20 dias de alimentação, os barbeiros foram realimentados e suas fezes coletadas em tubos estéreis para inoculação em patas de camundongos BalbC para determinar a transmissão do bacilo. Os barbeiros de campo foram coletados em áreas endêmicas da hanseníase no Brasil e seu DNA foi extraído com trizol. O DNA foi submetido à técnica de PCR tendo como genes alvo o 16S rRNA e gyrA. O amplicon produzido foi analisado em gel de eletroforese de agarose e posteriormente seqüenciado. Resultados e discussão: Os barbeiros infectados artificialmente apresentaram o bacilo viável após 20 dias em seu intestino. Com a realimentação, os bacilos persistem no intestino e sua detecção aumenta no reto. Dados da microscopia reafirmam os dados do PCR em tempo real do intestino. Foi possível a transmissão dos bacilos através da inoculação das fezes infectadas em patas de camundongo BalbC. Dos barbeiros de campo analisados, um Triatoma brasiliensis coletado em área peridomiciliar na região de Cipó, Ceará, apresentou positividade para o gene GyrA de M. leprae. Os dados apontam que o bacilo mantêm-se viável no vetor e pode ser transmitido através de suas fezes. A identificação de barbeiros naturalmente infectados no campo apontam para a possibilidade do mesmo participar na transmissão da doença entre tatus e entre tatus e seres humanos.