27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:359-1


Poster (Painel)
359-1Distribuição e variabilidade genética de três componentes vacinais em uma coleção de linhagens epidemiologicamente relevantes de Neisseria meningitidis sorogrupos B e C.
Autores:Alves, A.L. (UEZO - Centro Universitário da Zona OesteINCQS/FIOCRUZ - Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde/FIOCRUZ) ; Lorete, A. R. M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Andrade, C. F. (INCQS/FIOCRUZ - Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde/FIOCRUZ) ; de Filippis, I. (INCQS/FIOCRUZ - Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde/FIOCRUZ)

Resumo

A Neisseria meningitidis (meningococo) é o agente causador da Doença Meningocócica (DM), doença grave e de rápida evolução. Os sorogrupos B e C são responsáveis pela maioria dos casos no Brasil. Ainda não existem vacinas contra o sorogrupo B, devido à falta de imunogenicidade do polissacarídeo capsular e pela sua possível indução à doenças autoimunes. Uma nova proposta para diminuir a incidência da DM é a introdução de uma vacina desenvolvida a partir de proteínas da membrana externa (OMP). O objetivo do nosso estudo, é avaliar a prevalência e a variabilidade genética de três genes que codificam proteínas da membrana externa (nadA, fHbp e NHBA), recentemente identificadas Pela “Vacinologia Reversa” e incluídos na nova vacina. Os isolados foram subtipados pelo sequenciamento da proteína PorA. Serão analisadas 100 cepas dos sorogrupos B e C, isoladas do NE e SE do Brasil, no período de 2000 a 2010. A determinação das variantes desses genes será realizada por sequenciamento do DNA genômico e submissão das sequências ao Neisseria.org (http://neisseria.org/nm/typing). Até o momento foram sequenciados os genes porA, fHbp, nadA e NHBA de 59 meningococos, distribuídos em 23,81% do sorogrupo B e 76,9% do sorogrupo C. Dos isolados de PE (78,57%), 21,21% pertencem ao sorogrupo B e 78,79% ao sorogrupo C. Nas cepas do RJ, 33,33% são do sorogrupo B e 66,67% do C. Das 42 cepas para o gene da fHbp, 78,57% pertencem à variante Novartis V2, 2,38% à V3 e 19,05% à V1. Para o gene NHBA foram analisadas 28 cepas, sendo 71,43% classificadas como subvariante 22; 10,71% subvariante 4 e 17,86% subvariantes 89, 87, 13 e 85. Para o gene da nadA foram analisadas 38 cepas e 86,84% das cepas não apresentaram o gene. Para o gene porA, 73,08% foram classificadas como VR1=22; 11,53% VR1=19 e 15,37% distribuídos entre as famílias 5, 7 e 18. Para a VR2, 76,92% foram classificadas na família 14; 15,38% nas famílias 1 e 15 e 7,69% nas famílias 2 e 14. O sequenciamento da VR3 mostrou que a família 36 esteve presente em 85,71% dos isolados; 7,14% para a família 35 e 7,14% distribuídos entre as famílias 38 e 41. Nossos dados mostram que a alta variabilidade genética das OMP e a baixa prevalência da NadA, reforçam mais uma vez a necessidade do monitoramento das cepas circulantes nos estados brasileiros em vista da introdução de uma nova vacina baseada nessas proteínas.