27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:351-2


Poster (Painel)
351-2ESTUDO RETROSPECTIVO DA CO-INFECÇÃO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL (2001-2006).
Autores:Fernandes,M.j.B.C. (DMP-UFRN - Departamento de Microbiologia e Parasitologia,UFRN) ; Dantas, A. P.A. (DMP-UFRN - Departamento de Microbiologia e Parasitologia,UFRN) ; Melo,M.C.N. (DMP-UFRN - Departamento de Microbiologia e Parasitologia,UFRN) ; Milan, E.P. (DIF-UFRN - Departamento de Infectologia da UFRN)

Resumo

A tuberculose, transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, é provavelmente a doença infecto-contagiosa que mais mortes ocasiona no Brasil. Estima-se, ainda, que mais ou menos 30% da população mundial estejam infectados, embora nem todos venham a desenvolver a doença. A pandemia do Vírus da Imunodeficiência Humana teve início na década de 80 e trouxe mudanças importantes para o perfil epidemiológico da tuberculose, promovendo um aumento nas taxas de mortalidade, na incidência das formas mais severas e no número de pacientes hospitalizados. A co-infecção TB/AIDS vem tomando grandes proporções, sendo a tuberculose considerada a infecção característica da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Essa associação é preocupante, uma vez que, as taxas de abandono e de tratamento irregular são maiores nos co-infectados, predispondo a ocorrência de resistência ao bacilo. A resistência desenvolvida associada ao fato da tuberculose ser uma doença potencialmente contagiosa e dispor de poucos fármacos efetivos para o seu tratamento consiste numa situação emergencial de difícil resolução. A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que surgem, por ano, 9 milhões de novos casos de TB. Desse total, 1,6 milhões de pessoas morrem em decorrência da doença, das quais 200 mil são portadoras do HIV. É uma doença pandêmica, mas com 80% dos casos concentrados em um grupo de 80 países. O objetivo desse estudo foi traçar o perfil epidemiológico da co-infecção TB/AIDS notificados no Estado do Rio Grande do Norte, durante o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2006. Para isso, foram coletados os dados na Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte através do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). O número de casos encontrados foi de 226 (3%), sendo, o sexo masculino mais atingido (73%) e a faixa etária entre 20-49 anos (87,1%) a mais acometida. O teste sorológico para o HIV ocorreu em apenas 15,7% dos casos notificados de TB. A forma pulmonar foi a que predominou (71,7%), enquanto a ganglionar foi a mais frequente, entre as formas extrapulmonares, com 56,5%. A baciloscopia mostrou-se negativa em 40,9% dos casos de tuberculose pulmonar associada a AIDS. Quanto à situação de encerramento do tratamento, apenas 28,3% foram curados. O estudo traçou um perfil epidemiológico condizente com parte da literatura consultada neste trabalho.