Resumo

A demanda por produtos de melhor qualidade, associada às mudanças de hábito alimentar, têm mostrado tendência para o aumento do consumo de feijão industrializado. Aliado a isso, o tempo de cozimento do feijão é fator preponderante para aceitação do produto tanto para a dona de casa como pela indústria alimentícia. O objetivo do trabalho foi irradiar feijão pré-cozido visando prolongar a sua vida útil de prateleira. A pesquisa foi desenvolvida em Piracicaba-SP, no Laboratório de Radiobiologia e Ambiente do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP), a espécie utilizada foi Phaseolus vulgaris L., da variedade Carioca, procedente de uma mesma colheita da marca Broto Legal Alimentos, foram submetidos ao processo de cocção e irradiação. A irradiação foi realizada no irradiador de grande porte e Cobalto-60 modelo JS 7500 marca Nordion da Empresa Brasileira de Radiações (EMBRARAD), na cidade de Cotia, São Paulo (registrada na Comissão Nacional de Energia Nuclear sob número 103.345/75) com taxa de dose média de 2,5 kGy/h, com doses de: 0(controle), 1kGy, 2kGy e 3kGy. Foi avaliada a contagem do: número mais provável (NMP) de coliformes totais e termotolerantes, detecção de presença/ausência de Salmonella sp. com o teste rápido OXOID Salmonella SP. RAPID TEST. Para Staphylococcus aureus foi feita a contagem direta em placas para total de mesófilos em plaqueamento de profundidade. De acordo com padrões sanitários da Resolução RDC nº 12 de 02/jan/2001 da ANVISA, foi observado que os feijões pré-cozidos e irradiados com doses de 2 e 3 kGy, atenderam aos padrões microbiológicos sanitários por um período de até 3 meses de armazenamento. Já para as amostras irradiadas com a dose de 1 kGy, não atenderam esses padrões. Portanto o processo de irradiação nas doses de 2 e 3 kGy pode ser um método alternativo para se aumentar a vida útil de prateleira do feijão pré-cozido.