27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:343-1


Poster (Painel)
343-1Caracterização enzimática de proteases produzidas pelo fungo Aspergillus niger em fermentação em estado sólido
Autores:Assis, K.R (UNIFEB - Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos) ; Siqueira, A.C.R. (FCFRP-USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP) ; Rosa, N.G (FCFRP-USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP) ; Cabral, T.P.F (UNIFEB - Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos)

Resumo

As enzimas são produtos amplamente empregados em indústrias. Dentre elas podemos destacar as proteases microbianas, que representam aproximadamente 60% das vendas mundiais de enzimas, tendo aplicação no processamento de alimentos e bebidas, produção de medicamentos, dentre outras. No presente trabalho, foi analisada a produção e caracterização enzimática de proteases secretada pelo fungo Aspergillus niger. A produção de protease foi investigada nos períodos de 24, 48, 72 e 168 h, na presença dos substratos farelo de trigo (FT) e farelo de trigo/farelo de aveia (FT/FA) na proporção de 1:1. Para a caracterização, as proteínas obtidas dos diferentes tempos de incubação foram submetidas a variações de temperatura, pH, íons e inibidores. Foram testados 9 tipos diferentes de íons metálicos sendo eles: CuCl2, KCl, CoCl2, AlCl3, NaCl, ZnSO4, MgCl2, BaCl, MnCl2 e 3 tipos diferentes de inibidores: EDTA, PMSF e ácido iodoacético. As temperaturas testadas foram 20º, 30º, 40º, 50º e 60ºC e os pHs testados foram 5, 6, 7, 8, 9 e 10. Foi observado que o melhor substrato para a produção da protease foi o FT em 168 h de fermentação com 20,9 U.A. Dos meios testados a produção de protease teve seu pico máximo em 168 h com FT e 48 h com FT/FA. A temperatura ótima da reação foi avaliada em 30ºC para ambas as proteases provenientes dos meios FT e FT/FA. O mesmo foi observado para o pH ótimo de reação determinado em 6 para ambas as proteases. Quanto ao efeito de íons sobre a atividade da protease, observou-se que CuCl2 promoveu um aumento de 26% na atividade, sendo que os demais íons promoveram a queda da atividade, para a protease obtida do bioprocesso contendo FT. Já com a protease proveniente do bioprocesso contendo FT/FA, foi observado que na presença de ZnSO4, CoCl2 e AlCl3, ocorreu aumento da atividade de 22, 20 e 41%, respectivamente. Quanto aos demais íons foram observados queda na atividade da protease. Quanto à classificação das proteases, podemos sugerir que a protease oriunda do bioprocesso contendo somente FT pertence à subclasse das serino-proteases, pois observamos uma inibição de 72%, na presença do PMSF. Já com a protease oriunda do bioprocesso FT/FA, não foi observada nenhuma inibição, revelando a necessidade de uma investigação mais aprofundada, pois pode estar ocorrendo a produção de uma protease aspártica ou uma outra subclasse de protease.